sábado, 31 de dezembro de 2016

Um Próspero 2017!


Aos que nos seguem e aos muitos que das mais variadas perspectivas nos ajudaram durante 2016 a dar forma às sementes de Portugal, desejamos UM PRÓSPERO 2017!

Disponibilizar a todos os que as queiram, as sementes das espécies mais emblemáticas da nossa flora continuará a ser em 2017 a nossa missão!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Sementes em revista 2016


2016 aproxima-se rapidamente do seu fim e, antes que um ano novo nos seja dado, juntamos-nos à boa tradição de passar em revista o que foi afinal o que fizemos com estes 365 dias. Que hoje já apelidamos de velhos mas que, há um ano atrás, nos foram igualmente dados novinhos em folha. À natural voragem do tempo e à nossa endémica falta de memória, junta-se hoje o ritmo alucinante marcado pelas redes sociais que nos impele sempre e apenas para o estímulo seguinte.

Daí que faça todo o sentido ganhar alguns minutos e rever o que foi afinal o que fizemos com estes 365 dias. É que, não tendo sido tudo o que gostaríamos de ter feito, foi ainda assim bastante.

Das inúmeras coisas que marcaram  o nosso projecto ao longo deste ano, destacamos nas nove imagens acima aquelas que por uma razão ou por outra foram as mais relevantes.

Começamos pela parceria com o projecto Futuro - 100.000 Árvores, da região metropolitana do Porto, donde destacamos a importante acção  desenvolvida pelas cerca de 60 escolas que fazem parte da sua rede. A celebração em Maio de um protocolo com o Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor, das Caldas da Rainha, uma IPSS dedicada à formação profissional nas áreas da jardinagem e agricultura de dezenas de jovens, é igualmente um dos momentos que marcarão 2016. Nesse âmbito serão realizados testes sistemáticos da qualidade germinativa das sementes que comercializamos sendo as plântulas utilizadas nas mais diferentes actividades formativas.

O lançamento do site e loja on-line, www.sementesdeportugal.pt,  o alargamento  do nosso catálogo de pacotes de flora silvestre para 50 espécies, a consolidação do catálogo geral de sementes com cerca de 300 espécies da nossa flora e o desenvolvimento de novas formas de exposição, como as caixas de madeira já disponíveis nas lojas do museu de Serralves e  do Cantinho das aromáticas, são outros dos momentos que não podemos deixar de lembrar, não só pelo trabalho que implicaram, mas sobretudo pela satisfação que nos deram ao conseguirmos concretizá-los!

E se os dois parágrafos acima já seriam suficientes  para nos sentirmos gratos com 2016, juntamos um terceiro para referenciar as saídas de campo que tivemos o  privilegio de fazer em conjunto com a Lirium, a nossa participação na edição de Outubro da Revista Jardins,  bem como as actividades promovidas pela Mediterranean Gardening Association Portugal, como a conferência de Primavera e a feira de jardinagem  realizada no fim de Outubro em  S. Brás de Alportel.

2016 foi também o ano em que celebrámos o nosso 3º ano de actividade e em que contribuímos para aquele que é o nosso objectivo maior - a divulgação das inúmeras potencialidades da nossa flora autóctone e silvestre: quase triplicámos o  número de seguidores na rede social Facebook - a nossa página alcançou perto de 20.000 gostos e este mesmo blogue ultrapassou as 100.000 visualizações acumuladas, tendo neste momento perto de 7000 visualizações mensais.

Se é certo que também houve dissabores e aspectos menos conseguidos ao longo do ano, o balanço é  pois inquestionavelmente positivo! Obrigado 2016! Que 2017 nos proporcione iguais condições de concretização!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Votos de um Feliz Natal com Sementes de Portugal



 A 10 dias do dia de Natal e a entrar no que parece sempre ser a semana mais frenética do ano, desejamos a todos os que nos acompanham, e que das mais variadas formas contribuíram para que as Sementes de Portugal pudessem entrar no seu 3º aniversário,  os votos de um Feliz Natal! 

Compreensivelmente, esta é também para nós uma época de especial importância em termos comerciais, mas não só! Oferecer sementes a alguém é sempre um presente especial! É dar um presente que encerra em si a possibilidade de algo novo nascer.

Seja na Rede de Lojas que disponibilizam as nossas sementes,  seja na nossa Loja On-Line são cerca de 50 as espécies mais emblemáticas da nossa flora que estão ao dispor de todos aqueles que as pretendam germinar e ver florir na próxima Primavera e seguintes! E que são um excelente (e económico!) presente da nossa terra Natal.



quarta-feira, 16 de novembro de 2016

As sementes de Portugal nas escolas do Futuro II


As Sementes de Portugal são um parceiro do Futuro - O projecto das 100.000 Árvores, da Região Metropolitana do Porto, e este ano renovámos a nossa parceria oferecendo a cada uma das cerca de 60 escolas envolvidas 3 pacotes de sementes de flora nativa. Loureiro, sabugeiro, funcho, malva-real, borragem e verbasco foram as espécies seleccionadas.

Como escrevíamos Aqui, no passado mês de Janeiro, estarmos associados ao Futuro é para nós muito mais do que um simples patrocínio ou de uma acção de responsabilidade social. É a possibilidade de nos associarmos a um projecto meritório, reconhecido nacional e internacionalmente pelo seu trabalho na recuperação dos bosques autóctones da região metropolitana do Porto. 

E que nos últimos anos, ao trabalho no terreno, tem vindo a acrescentar uma importante acção junto das escolas, criando a Rede de Escolas do Futuro  que este ano chegam às 60 Escolas. São dezenas de professores e centenas de crianças envolvidos na dinamização de actividades relacionadas com a floresta autóctone, muitas das quais com pequenos viveiros, ateliers de germinação e jardins.

É um facto que ter um projecto como o que Área Metropolitana do Porto tem, enquadrado pelo Centro Regional de Excelência da Universidade Católica do Porto, é um privilégio! mas a verdade é que por todo o país são inúmeras as escolas e professores que desenvolvem actividades similares no âmbito das mais variadas disciplinas e projectos.

Para nós essas escolas são também escolas do Futuro! E, não podendo manifestamente patrocinar todas elas, definimos condições muito vantajosas para que qualquer uma possa adquirir sementes das espécies mais emblemáticas da nossa flora silvestre! Basta entrarem em contacto connosco via email!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Sementes de Portugal - 3º Aniversário!


O tempo é sempre uma medida relativa e nos dias de hoje, que se sucedem de forma cada vez mais vertiginosa, esquecemos-nos de como ele passa (mesmo) depressa! Quase sem darmos conta, passaram-se três anos desde que iniciámos formalmente o nosso projecto em Outubro de 2013.

Dizemos formalmente porque não há nada que nasça sem gestação prévia e, muito antes da nossa ideia ganhar um nome e materializar-se num propósito, foi longo o tempo em que fomos definindo os contornos do que para nós era incompreensível ainda não existir no nosso país: Um projecto exclusivamente dedicado  à valorização das sementes de flora autóctone portuguesa nas suas múltiplas vertentes e utilizações.

Uma ideia que tinha ainda por cima o peso de uma ambição: Que a fazer-se, fosse um projecto não apenas de divulgação, mas também económica e socialmente produtivo, exclusivamente sustentado pelo mercado e pelos seus clientes. Tudo baseado numa forte convicção: que a flora silvestre e autóctone, mais do que um hobby pessoal, poderia ser uma actividade viável e do interesse de um numero crescente de pessoas e empresas.

Empreender, na verdadeira acepção da palavra, não é nunca foi e nunca será fácil. Por definição, não tem caminhos previamente marcados e a simples possibilidade de se caminhar em direcção contrária faz-nos sentir o peso da gravidade de uma forma até aí desconhecida. Que se acentua ainda mais quando pressentimos que, solo firme, a existir, será sempre e nas melhor das hipóteses, uma estreita faixa de terra.

Daí que para nós este 3º aniversário se revista de uma importância e significado especiais. Não tanto pelo que fizemos ao longo destes  1100 dias - E foram bastantes as ideias a que conseguimos dar corpo!, mas sobretudo porque três anos depois continuamos com a mesma convicção de que há ainda muito espaço para a valorização da nossa flora silvestre, tal como escrevíamos AQUI  pela primeira vez.

É nesse potencial que queremos continuar a trabalhar nos próximos 3 anos, trazendo à luz do dia as infinitas possibilidades das quais temos vontade de concretizar uma parte. Com uma responsabilidade que tomamos como nossa: O de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que seja irrepreensível e ao nível dos melhores!

Por fim, mas não menos importante, uma referência a todos aqueles que ao longo destes 3 anos nos AJUDARAM a persistir, o nosso MUITO OBRIGADO! Sem eles, e são muitas as pessoas que nas mais diversas áreas acreditaram em nós, não teria sido possível dar um passo!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Feira de Jardinagem mediterrânica - São Brás de Alportel


Não há muitas feiras de jardinagem no nosso país, mas uma das melhores - senão a melhor!, vai acontecer já no próximo Sábado dia 29 de Outubro, a partir das 11h, nos jardins do Museu do Traje de São Brás de Alportel. 

À semelhança das anteriores edições, nas quais tivemos o privilégio de participar, é organizada pela Mediterranean Gardeners - Portugal e será um dia inteiramente dedicado à jardinagem em climas mediterrânicos. Além de perto de 20 viveiristas e outros expositores, haverá diversas palestras dedicadas a temas como as ervas aromáticas e medicinais do Algarve. 

Nós também la iremos estar com uma selecção das melhores espécies para semear este Outono!

Todo o programa pode ser consultado AQUI.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Prados Floridos na Primavera de 2017


É agora, quando já não dúvidas de que estamos mesmo no Outono e as primeiras chuvas já humedeceram generosamente a terra, que chega a nossa época preferida para lançar as sementes directamente na terra. E começar a fazer os prados que queremos ver florir na Primavera de 2017. 

Daqui até meados de Dezembro, consoante as regiões do país, estão reunidas as condições perfeitas de humidade e temperatura para que a germinação ocorra ainda antes da chegada do Inverno. As diferentes espécies poderão assim enraizar o suficiente para que no início da Primavera possam concentrar-se naquilo que mais gostamos: a sua floração.

As misturas de sementes para prados floridos são para nós uma dos maiores desafios da nossa missão de promoção da utilização das flora silvestre portuguesa nos nossos jardins. Em países como Inglaterra, França ou mesmo Espanha é algo que está generalizado há décadas. Porém, em Portugal as soluções disponíveis no mercado são em regra importadas e compostas por um sem numero de espécies que nem por cá ocorrem.

E não há razão nenhuma para que assim seja. A nossa aposta é que, existindo, cada vez mais pessoas optarão por soluções de espécies autóctones nacionais que proporcionam florações alargadas, mais baixos custos de manutenção e que enriquecem o ecossistema que qualquer jardim também pode ser. 

Na nossa LOJA ONLINE disponibilizamos 6 diferentes tipos de misturas. Desde um prado florido com 24 diferentes espécies de flores até misturas de sementes essencialmente vocacionadas para atrair insectos polinizadores.

Este anos juntámos ainda uma nova composição que para nós fazia falta: um prado florido para os solos arenosos do litoral, onde em regra se opta por onerosos e monótonos relvados. São 22 espécies oriundas da nossa costa atlântica que proporcionam um jardim diferente, sem qualquer necessidade de rega, adubos, pesticidas ou corta-relvas e que trazem para dentro de casa um jardim totalmente concebido por quem melhor sabe destas coisas: A Natureza.

domingo, 16 de outubro de 2016

Catálogo Geral de Sementes de Flora autóctone - 2016-2017


Pelo quarto ano consecutivo publicamos hoje o novo catálogo Geral de Sementes de Flora Autóctone. No total são cerca de 340 as espécies da nossa flora cujas sementes podemos disponibilizar a partir de agora. 

Face ao catálogo do ano passado, retirámos cerca de 10 espécies, mas acrescentámos 44 novas espécies. Seis novas árvores, das quais destacamos o Buxo, o Sanguinho-das-ribeiras  e Mostajeiro; Dez novos arbustos, entre os quais o Ligustrum e o Cistus libanotis; Vinte e seis novas herbáceas num total de perto de 200, e duas novas espécies de Allium.

O catálogo não tem qualquer pretensão cientifica e organiza de forma simples as espécies pelos seus nomes científicos em categorias que são facilmente apreendidas pela maioria das pessoas que se interessam pela nossa flora: 

  • Árvores - 33 espécies
  • Arbustos e sub-arbustos - 61 espécies
  • Trepadeiras - 12 espécies
  • Herbáceas - 195 espécies
  • Gramíneas - 24 espécies
  • Alhos e bolbos - 16 espécies.
Sempre que possível acrescentámos ainda o nome vulgar pelo qual a espécie é conhecida. No catálogo deste ano distinguimos também as espécies que além de ornamentais são consideradas como aromáticas, medicinais ou utilizáveis na nossa alimentação. Pelas diferentes categorias podem encontrar-se cerca de 40 dessas espécies, das quais destacamos a Valeriana, a Betónica e a Malva silvestre para dar apenas alguns exemplos.

O objectivo principal deste catálogo é, mais do que qualquer expectativa comercial, o de disponibilizar a todos os que o pretendam, as sementes da nossa flora. Poderá parecer curto, mas para nós assume uma especial importância o facto de hoje ser possível  no nosso país adquirir sementes de uma ampla variedade de espécies. 

Como dizíamos há um ano atrás, bastará haver uma única pessoa interessada nas sementes de uma dada espécie recolhida para já ficarmos satisfeitos por a termos incluído!

Terminamos por fim com duas referências da maior importância. A primeira, de agradecimento a todos aqueles que nos têm ajudado a trazer á luz do dia este projecto e que das mais variadas formas ajudaram a consolidar este catálogo geral. A segunda, de apelo ao feed-back que qualquer um considere relevante enviar-nos. Todos os comentários, sugestões e criticas, são bem vindos. E essenciais para nós.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

As sementes de Portugal estão na Revista Jardins!


Já está nas bancas, desde quarta-feira, a edição de Outubro da Revista Jardins, este mês com um especial enfoque no tema das sementes e do Outono. Por amabilidade da sua directora Teresa Chambel, também estamos presentes neste número com um artigo dedicado às sementes  de flora autóctone e às suas potencialidades seja nas vertentes ornamental e paisagística seja nas suas potencialidades horticulturais.

Escusado será dizer que para nós é mesmo um motivo de enorme satisfação poder dar o nosso contributo para uma maior visibilidade da flora autóctone e silvestre. A revista jardins é a revista de referência do mundo da jardinagem, o que significa que, aos poucos mas de forma consistente, a valorização da flora nativa fará cada vez mais parte das opções ao dispor de um numero significativo de pessoas.

Como é evidente, é um caminho longo  o que temos pela frente. O nosso país, apesar de se considerar um jardim à beira mar plantado, não é,por várias razões, um país de jardineiros! Tem mais jardineiros do que o que se costuma pensar, mas tem aindaespaço para muitos mais! 

E nossa aposta é que terá cada vez mais jardineiros que privilegiarão a flora autóctone e silvestre. A qual não é nem tem de ser, muito pelo contrario, uma bizarria, ora rebaixada ora sacralizada, mas quase nunca conhecida e utilizada de facto. E é nessa linha que continuaremos a investir as nossas energias no que às suas sementes disser respeito!

Um parágrafo final para o número deste mês, o qual além do nosso artigo, tem também outros temas interessantes. Desses destacamos as dicas de José Pedro Fernandes sobre como recolher e conservar as sementes das suas plantas, o artigo de José Arantes sobre a planta do mês - a alcachofra comestível e os usos culinários e terapêuticos das especiarias por Fernanda Botelho. Motivos de sobra portanto para a procurar no quiosque mais perto de si! 

Um Bom Outono, boas leitura e melhores sementeiras!

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Equinócio de Outono



De acordo com o Observatório Astronómico de Lisboano hemisfério Norte, onde nos situamos, o início de Outono ocorrerá amanhã  pelas 15h21m. Significa isto, pelo menos teoricamente, que teremos amanha um dia que igualará a noite em duração, marcando-se a partir desse momento e até ao equinócio de Inverno a 21 de Dezembro dias cada vez mais pequenos. O que também significa que acordaremos no Verão e nos deitaremos no Outono!

Existem múltiplas razões para assinalar Solstício e Equinócios. Desde que o Homem se atreveu a observar estrelas (30.000, 40.000 anos!??!) que estes factos astronómicos influenciam de forma consciente e marcada as nossas vidas. Claro que poderíamos dizer que são apenas o alibi perfeito para um projecto empresarial mudar de visual aqui e na pagina do Facebook, procurando animar comercialmente a sua actividade. 

Mas não é só por esta ser de facto a melhor altura para semear que escrevemos este post. Quatro vezes por ano repomos em memória para nós mesmos que este planeta, onde aparentemente tudo é igual dia após dia, está mesmo em movimento. Aliás que tudo está em movimento. Circulamos à volta do sol a uma vertiginosa velocidade de 30 Km por segundo; O nosso sistema solar desloca-se ele mesmo sobre o Eixo da Galáxia e esta por sua vez a 500 Km/segundo.

É pois velocidade a mais para dizermos mal das nossas vidas! É que ainda assim, neste planeta e ano após ano, temos a constância dos solstícios e dos Equinócios. E a certeza de que se não for neste, haverá outros Equinócios de Outono para começar a semear e a plantar!

A todos os que nos seguem, os votos de bons recomeços e de boas sementeiras!



quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Tempo de semear: Novo catálogo de sementes


(https://drive.google.com/open?id=0B9sKCKBDDsItelRJVXZjaGdyV2M)

Depois dos excessos de Verão, os meados de Setembro são sempre tempos de regresso e de  reinício de um novo ciclo. O regresso ás aulas é porventura o mais popular, sobretudo para quem ainda estuda ou tem filhos a estudar, mas para nós é o ciclo mais amplo da Natureza que recomeça.

Com efeito, é a partir desta altura, de dias mornos e luz quente, que se reúnem as condições perfeitas de temperatura, luz e humidade para que a maior parte das sementes germine quase sem esforço e sem necessidade de cuidados especiais.

E se esta é a melhor altura para regressar à terra, é também a melhor altura para nós publicarmos os novos catálogos de sementes autóctone e silvestres. Este ano começamos pelo catálogo de pacotes de flora silvestre, ficando a publicação do catálogo geral de sementes para início de Outubro.

O catálogo que agora divulgamos tem, face ao de 2015, 10 novas espécies da nossa flora silvestre. No total são 50 espécies seleccionadas, entre herbáceas, arbustivas e pequenas árvores, e que para nós fazem parte das espécies mais emblemáticas da nossa flora.

Todas elas ornamentais. Todavia, para facilitar a organização e leitura do catálogo distribuímos-las, por 4 categorias, destacando as espécies de flores comestíveis, as plantas aromáticas, medicinais ou comestíveis das restantes espécies cuja mais-valia é sobretudo ornamental e ecológica. São espécies que, numa perspectiva horticultural, tanto se enquadram no jardim como na Horta.

Para nós, um jardim comestível ou uma horta esteticamente bonita não são realidades incompatíveis!

As 10 novas espécies adicionadas são na sua quase totalidade de espécies cujas sementes dificilmente se encontravam à venda nos locais tradicionais. Algumas como o hipericão, ou Erva de S. João, a Malva-Real ou a Bardana fazem parte do nosso patrimonio etnobotânico e são-lhe reconhecidas diversas aplicações nomeadamente medicinais. Outras, como a Marioila, a Euforbia ou a Erva-gateira são espécies de reconhecido interesse ornamental e ecológico, há muito utilizadas pela jardinagem de outros países europeus.

Esperamos naturalmente que estas novas espécies, assim como o catálogo no seu todo, vão ao encontro das expectativas de todos aqueles que cada vez mais se atrevem a germinar as suas próprias sementes! 

A todos os que nos seguem, os votos de uma boa época de sementeiras!

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Amizade


Que muitas plantas têm uma simbologia associada é algo a que já nos referimos, , por várias vezes,  neste blogue. Gostamos dessa perspectiva simbólica, que evidencia as ligações ancestrais que ao longo do tempo o Homem estabeleceu com o mundo que o rodeava, conferindo significado e identidade a "coisas" que até aí a não tinham, sendo indistintas e sem relevância.

O que acima dizemos vale para centenas de plantas, mas é a propósito da hera, hedera helix, que hoje, ainda em férias, voltamos a esta perspectiva. Na Grécia antiga além de consagrada a Dioníso, Deus do vinho, das festas e do êxtase, era a hera que simbolizava a amizade, a fidelidade e o forte apego afectivo!

E essa é a razão principal para que desde o início a tenhamos incluído no nosso catálogo de sementes. Não por ser uma espécie rara da nossa flora - é aliás comum em todo o nosso território, assim como em toda a Europa, norte de África e Ásia, e é fácil de propagar por estaca, mas por ser uma espécie emblemática.

Emblemática e muito ornamental, que pode e deve ter lugar em qualquer jardim.

Ao contrario do que muitos pensam, as heras não são plantas parasitas das árvores que as seguram! Não lhes sugam a seiva nem as levam à morte. São perenes e envolventes como as verdadeiras amizades, não desistem e não hesitam em lançar novas guias provando que, por princípio, a Natureza tem pavor do vazio. De permeio, e se lhes dermos o tempo suficiente para crescerem, proporcionam, entre os seus ramos e folhas, ninho e abrigo para um sem de pequenos pássaros e animais potenciando uma maior biodiversidade.

Ao fim de algum anos, cerca de 12-15, entram na sua fase adulta, florescendo no Outono para, no final do Inverno, frutificarem pequenas bagas pretas-azuladas - as quais, diga-se, constituem um precioso alimento numa das alturas do ano em que ele mais escasseia.

Porém, se não se pretender testemunhar a longevidade desta espécie - que pode facilmente chegar aos 200 anos e mais, pode-se sempre utilizá-la como cobre-solos ou como revestimento de paredes e sebes, a podar com a regularidade que se considerar imprescindível.

Sendo uma planta generosa e envolvente não pede nenhum cuidado por contrapartida, bastando solos frescos, com alguma sombra e é só! 

Explicadas que estão algumas das facetas desta espécie, é mais fácil compreender porque é que fizemos questão em incluí-la no nosso catálogo principal de pacotes de sementes. Pelas inegáveis qualidades ornamentais e ecológicas,  mas também e sobretudo pelo seu simbolismo.

Por nos permitir deambular, sempre que a virmos, no nosso jardim ou noutro sítio qualquer, sobre o porquê de algures no tempo, alguém muito antes de nós, ter reparado na metáfora e considerado que esta era mesmo a espécie que melhor representava esse elo humano, hoje tão desidratado e esvaziado nas redes sociais,  de "amizade e forte apego".

sábado, 6 de agosto de 2016

Tempo de Descansar.. E começar a preparar as próximas sementeiras!


Agosto é mês de férias e para muitos esta é possivelmente a melhor época do ano. Uma época de fruição, noites quentes e brisas frescas ao final do dia. E, claro, de  descanso!

Como muitos dos que nos seguem também iremos aproveitar para tirar alguns dias de férias. A maior parte das nossas colheitas de Verão está feita, e agora enquanto a Natureza passa o que é o seu mês de maior suplício, importa começar a preparar as próximas sementeiras.

Que não estão assim tão distantes. Num ápice estaremos em Setembro e o fim do Verão/início de Outono marcarão o inicio de um novo ciclo - e como tal uma das melhores épocas de sementeiras.

Daí que para nós, e por razões óbvias, esta seja uma boa altura para comprar as sementes que queremos semear daqui a pouco mais de um mês. São cerca de 40 espécies, das mais emblemáticas da nossa flora silvestre, que podem ser adquiridas em mais de 50 locais. Muitos ao longo da nossa costa Atlântica, no Algarve e nos Açores.

Mas não é preciso ir para Sul ou para a praia para encontrar as nossas sementes à venda! Na Guarda, em Mértola ou em Viseu também é possível. E por isso nada como consultar o nosso mapa actualizado das lojas que vendem as sementes de Portugal - Para quem quiser semear ou oferecer, o link é o seguinte: https://www.google.com/maps/d/edit?mid=1D5dzxYcUU28tfy1tKxMB9rjEOoA


terça-feira, 26 de julho de 2016

Planta Lourinhã!



Tão simples quanto isto. Basta enviar até dia 31 de Julho um SMS gratuito para o 4343 com a frase: OPL24 [nº de identidade] [data de nascimento AAAAMMDD] e estamos logo a contribuir para que a flora autóctone prospere no concelho a Lourinhã!

No âmbito do Orçamento Participativo promovido pela autarquia da Lourinhã, uma das propostas a votação é precisamente a de criar um viveiro de  plantas florestais autóctones de Portugal para reflorestação das zonas naturais no concelho (florestas, bosques e matos, entre outros). A iniciativa é liderada pela Vera Ventura uma bióloga com ampla experiência na flora do nosso país, o que nos dá garantias acrescidas de que o projecto pode mesmo chegar a bom porto!

À parte os dinossauros (!) e algumas praias de merecida boa fama a Lourinhã não é propriamente conhecida pelos valores naturais. O que se só se pode explicar por desconhecimento. Além de uma linha de costa bem preservada conta com vários afloramentos calcários cobertos por um bem preservado matagal mediterrânico.

A ideia do Plantar Lourinhã é contribuir para a preservação do património que já existe mas sobretudo contribuir para alargar a sua implantação. Seja na recuperação de espaços e solos - o que é vital considerando a rapidíssima expansão do Eucalipto a que se assiste, mas também na promoção da utilização da flora autóctone nos jardins e espaços públicos.

Se esta proposta ganhar a maioria dos votos na sua categoria, a Lourinhã, já bem conhecida pela inteligente valorização dos achados relacionados com os dinossauros, poderá muito bem também passar a ser conhecida pelo primeiro município da Região Oeste que possui uma estratégia politicamente assumida pela autarquia Local de valorização da sua vegetação autóctone. O que é igualmente inteligente!

A iniciativa Orçamento Participativo da Lourinhã está aberta a todos os cidadão nacionais, pelo que qualquer um que ler esta mensagem pode contribuir para que este viveiro se torne realidade.Mais informações podem ser obtidas AQUI e AQUI!

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Assembleias de Julho


Julho já é mês de estio e o número de espécies em floração é francamente menor se comparado com a profusão dos meses de Abril e Maio. Ainda assim existem diversas espécies que neste momento se encontram em franca e generosa floração. Dessas, uma das nossas favoritas é sem dúvida a Iberis procumbens, vulgarmente conhecidas como assembleias.

Dizemos vulgarmente mas com alguma desconfiança, pois na realidade estamos em crer que poucas são as pessoas que realmente estão familiarizadas com esta incrível planta tão fácil de encontrar nas bermas e taludes das estradas atlânticas entre a Figueira da Foz e a Nazaré. Presente em toda a linha litoral até Sagres trata-se de um pequeno arbusto, ou sub-arbusto, perene e habituado a solos arenosos. De Maio a Julho cobre-se de flores brancas ou levemente lilaz, formando tufos totalmente cobertos de flores, aos quais é impossível ficar indiferente.

Tão impossível que entre cerca de 50 espécies que ocorrem no mediterrâneo os ingleses há muito que seleccionaram e apuraram cultivares amplamente utilizados em jardinagem . Apuramento que para nós seria de todo desnecessário, uma vez que no seu estado silvestre reúnem já todos os requisitos para poderem ser profusamente utilizadas na jardinagem pública e privada.

Como costumamos dizer para tantas outras espécies, esta é mais uma que ganharia aos pontos às generalizadas e artificiais petúnias que por esta altura decoram os jardins possíveis de tantas e tantas estâncias balneares da nossa costa atlântica.

Para os mais rigorosos acrescentamos que esta espécie apresenta em Portugal duas subespécies reconhecidas: a subsp. microcarpa, endemismo exclusivamente português e "protegido" pela directiva dos habitats e que usualmente ocorre nos afloramentos calcários do litoral centro de Portugal; e a subsp. procumbens, cujas sementes dispomos em catálogo.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Verão e hipericão em noite de S. João


Sempre que mudamos de estação é nosso hábito ajustar alguns detalhes nas imagens que nos acompanham de forma mais permanente. Não apenas por questões estéticas mas sobretudo por ser a melhor forma de também nós nos recordarmos de que no nosso mundo, queiramos ou não, a mudança é  permanente. Mudanças subtis e ligeiras que se vão somando de forma inexorável.

Tecnicamente o solstício de Verão de 2016 ocorreu na passada segunda-feira pelas 23.30, dia que foi o mais longo do ano. Porém a verdadeira comemoração do solstício, dos dias longos e das noites quentes, ocorre hoje e dentro de algumas horas nas noites de S. João que irão animar as ruas de muitas aldeias, vilas e cidades do nosso país. E porque entre um rigor cientifico e uma festa não temos a menor das dúvidas qual devemos escolher, é agora que assinalamos a mudança de estação!

E assinalamo-la partilhando uma espécie intimamente ligada ao dia de amanhã e que é uma das nossas preferidas: o Hipericão ou... Erva-de-S. João! Uma planta que é central na nossa cultura popular, considerada como medicinal  e com inúmeras aplicações de resultados comprovados, como partilhámos AQUI, há precisamente um ano.

O facto de atingir o seu máximo de floração no mês de Junho talvez esteja na origem do seu nome, sendo que em muitas localidades se acreditava e acredita que o melhor dia para o colher, em que os seus princípios activos estarão no seu vigor máximo, é o dia de amanhã!

Poderíamos alargar-nos sobre todas as razões que justificam ter esta espécie por perto. Porém, além de demorado, o texto de há um ano atrás já o faz. E neste momento o importante é mesmo desejar a todos os que nos seguem uma boa noite de S. João e um bom  Verão!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Alcachofra de S. João


Junho já é mês de colheitas, mas, como dizíamos no nosso último post, há outras espécies da nossa flora que continuam a florir até ao fim do Verão. E são várias as plantas que nesta altura apresentam o seu máximo de floração.

E como Junho é também o mês dos Santos Populares, o que é mesmo é que dizer das festividades pagãs que celebram o solstício de Verão, como publicámos aqui em Junho de 2015 e de 2014, esta é a oportunidade perfeita para voltar a um dos nossos cardos preferidos e que em muitas regiões de Portugal é conhecida como Alcachofra-de-S.- João.

Vulgar no centro e Sul de Portugal é uma espécie vivaz perfeitamente adaptada às condições do nosso clima e que não exige qualquer cuidado particular. É verdade que tem espinhos, mas também as rosas os têm e não é por isso que são menos populares. Será tudo uma questão de arrumação no espaço que estiver disponível!

A cor mais vulgar das suas inflorescências é o Azul-lilaz. Existem porém populações cujas alcachofras são de cor branca (Cynara humilis forma alba). A nossa aposta, desde que nos dedicamos a este tema, é que a conjugação harmoniosa das duas cores poderá, em jardinagem, proporcionar composições com bastante interesse.

E se mais razões não existissem, a vontade de um dia vermos essas composições num qualquer jardim publico ou privado, é motivo mais do que suficiente para a nossa promoção no presente mês de Junho. A quem na nossa loja on-line adquirir três pacotes de sementes, oferecemos dois pacotes de sementes de Alcachofra de S. João: Um de alcachofras de cor lilaz e outro de alcachofras de cor branca

Nota final - Para quem pretender aprofundar esta espécie deixamos aqui  o link da Fernanda Delgado que no seu blogue Plantas e Flores do Areal dedicou, em 2011, um extenso e completo post a esta espécie. 

domingo, 5 de junho de 2016

Tempo de colher!


Desde que fomos ver os rododendros do Caramulo passaram-se apenas 15 dias. O que não sendo muito tempo é o suficiente para que já estejamos em Junho e a iniciar mais uma época de colheitas! 

Não significa isto que a Primavera tenha acabado e que os nossos campos não continuem a cobrir-se de outras cores vibrantes. Que continuam, pois algumas das nossas espécies mais emblemáticas terão em Junho e Julho o seu máximo de floração. Porém, à medida que caminhamos para o Verão, numa sucessão vertiginosa e quase ininterrupta, a maioria das nossas espécies silvestres concentra-se em fechar o seu ciclo de vida e em amadurecer as suas sementes para que um novo ciclo se possa iniciar depois do Verão.  

Já mais de uma vez o referimos aqui e não é demais voltar a dizê-lo - apesar de para nós humanos as temperaturas acima de 30º C. serem sinónimo de férias e diversão, para a grande maioria das espécies mediterrânicas será sinónimo de provação!

Os próximos tempos não serão pois os mais aconselhados para semear. É possível, sem dúvida, sobretudo em ambientes condicionados e bem controlados, fazer germinar sementes. Mas os cuidados terão de ser redobrados para que às jovens plântulas  não falte água e um golpe de sol  num dia de distracção deite tudo a perder.

A boa notícia (ou a má notícia, se nos apegarmos excessivamente aos dias longos e quentes) é que este também é um tempo que passará. Daqui a 3 meses, no inicio de Setembro, voltarão a estar reunidas as condições perfeitas para voltar a lançar sementes à terra!





segunda-feira, 23 de maio de 2016

Loendros do caramulo


Há cerca de um ano atrás, na sequência de uma visita à cidade alemã de Bremen, partilhámos AQUI algumas imagens do Rhododendron Park e das múltiplas cores de que esta espécie se pode revestir. Na altura já não iríamos a tempo, mas neste Maio não quisemos deixar passar mais uma oportunidade e fomos visitar uma das maiores populações autóctones que existem na península Ibérica e que, para nossa sorte, se situa na vertente noroeste da Serra do Caramulo, concelho de Vouzela, na ribeira do cambarinho, protegida desde 1971 com o estatuto de reserva botânica.

Como não temos intenção de ter nos nossos catálogos sementes desta espécie, até porque pelo que apurámos não só produz poucas sementes como as mesmas exigem especiais condições de germinação, o interesse era mesmo ver de que outras cores de que se pode revestir a nossa Primavera para além dos maioritários amarelos e brancos.

E o que vimos, pelo menos nas margens desta ribeira e, pelo que apurámos, de outras pertencentes à bacia hidrográfica do Rio Vouga, é que, mesmo numa serra entregue ao Eucalipto como é o caso da Serra do Caramulo, a paisagem se pode cobrir de incríveis manchas de tonalidade rosa-lilaz. Só por essa visão  vale a pena acreditar na placa que na A25 anuncia, em apagados castanhos,esta reserva botânica de loendros. A nossa única sugestão é que nos meses de Abril e Maio se anuncie de forma mais convincente que os "loendros" estão no seu máximo esplendor!

Os rodendros são uma espécie arbustiva que dispensa qualquer publicidade. Na região noroeste de Portugal é possível vê-los em vários jardins publicos e privados (embora de outras cores e bem menos interessantes) provenientes de garden centers que na europa inteira escoam a produção de uma actividade que é milionária. Existem na Natureza mais de 1000 espécies de rodendros, a maioria da região dos Himalaias. Mas cultivares e híbridos são seguramente milhares e há-os de todas as cores e feitios.

Porém, os nossos não só são incrivelmente ornamentais como são ainda o testemunho das florestas de clima tropical que há mais 2 milhões de anos cobriam a Europa e que praticamente se extinguiram no fim do período terciário com o inicio das glaciações. De Rhododendrum ponticum subsistem na Europa apenas duas sub-espécies: a R. subespécie ponticum na região do Cáucaso, e a subespécie baeticum  à qual pertence a população que se pode visitar nas margens da ribeira do cambarinho- Vouzela. Desta subespécie só existem mais duas populações nativas na península ibérica: Em Monchique ( de reduzida dimensão) e em Cádis, Espanha.

Só por isto este arbusto poderia perfeitamente infestar todos os ajardinamentos dos municípios que partilham a Serra do Caramulo! Para não pensar nos jardins particulares. E não dizemos todo o país, porque de facto é um arbusto que tem necessidade de solos mais ácidos, com alguma profundidade, disponibilidade de água e um clima mais atlântico, os quais, como sabemos, não são os mais frequentes.

Uma nota final para a confusão que pode surgir por nos termos referido a este espécie ora como rodendro ora como loendro. O nome vulgar mais utilizado no mundo remete-nos para o nome rodendro. Todavia em Portugal e mais especificamente nas aldeias do Caramulo são conhecidos como loendros, Embora, como nos explica aqui o blogue Dias-com-àrvores, nada tenham a ver com os Loendros do Sul do país (Nerium oleander). Mas como nestas matérias da botânica o povo é soberano, para todos os efeitos são também para nós os Loendros do Caramulo!

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Saída de Campo - Matos e Matagais Mediterranicos


Algumas imagens da saída de campo que fizemos com a  Lirium​ no passado Domingo, dia 15, pelo vale do Rio Galvão, em Reguengo Grande- Lourinhã. À beira do Atlântico um afloramento calcário com vegetação mediterrânica intacta e um percurso excepcional do princípio ao fim, carregado de sinais de uma ancestral humanização. Tudo a 5 minutos de uma saída da A8 e a provar que não raras vezes o paraíso fica mesmo aqui ao lado!

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Saída de Campo - Matos e Matagais Mediterranicos



No próximo Domingo, dia 15, iremos associar-nos à Lirium e participar em mais uma das suas saídas de campo que este ano têm tido um especial enfoque nos matos e matagais mediterrânicos da zona oeste. 

Desta vez a saída irá desenrola-se nas margens do rio Galvão e dos campos próximos de Reguengo Grande - Pó no concelho do Bombarral localidades tendo como cenário uma paisagem de vegetação mediterrânica sabiamente humanizada pelo Homem ao longo dos séculos. Serão 3 a 4 horas, por entre prados, azenhas, pontes romanas, ruínas e quedas de água num percurso circular de cerca de 6 quilómetros em que teremos oportunidade de apontar as nossas máquinas fotográficas às espécies mais emblemáticas deste tipo de Ecossistema.

Sendo nós evidentemente suspeitos, não podemos deixar de referir que no nosso país há poucas saídas de campo como as organizadas pela Lirium! É que não são as tradicionais caminhadas para estafar quem nelas participa! Pelo contrário, são  percursos para usufrir de facto e com uma especial atenção na compreensão  da flora, fauna, aspectos geológicos e humanos que nos for dado observar.

Durante o percurso será ainda dada uma especial atenção à identificação de árvores, arbustos e coberto vegetal, bem como das plantas aromáticas, medicinais e comestíveis, que formos encontrando!

Sendo certo que o mau tempo desta semana tem fim garantido até Sábado, esta é pois uma excelente oportunidade para quem está por perto da zona Oeste para retomar as sensações da Primavera. Para mais informações, condiçoes e confirmações basta ir ao site da Lirium (https://liriumaromaticas.blogspot.pt/p/saidas-de-campo-as-saidas-de-campo.html) ou contactar directamente com o Ricardo - 964476331.

domingo, 8 de maio de 2016

Campos Azuis




Há uma semana atrás assinalávamos o dia das Maias e lembrávamos que nem só de amarelo se veste o mês de Maio. E de facto há outras cores declinadas em incontáveis tonalidades a colorir os nossos campos. Podem ser menos frequentes mas por vezes ocorrem de forma tão abundante que conseguem tingirem a paisagem ade cores inesperadas!

E se há cor inesperada e relativamente pouco frequente na nossa flora silvestre, essa cor é sem dúvida o Azul -  o que talvez explique o facto de esta ser uma cor desde há muito associada à aristocracia e à realeza e uma das que reúne maiores consensos em matéria de preferências.

Há evidentemente azuis de muitas tonalidades e o que hoje partilhamos nem é o nosso preferido ou o mais espectacular. Porém, é impossível ficar indiferente quando nos deparamos com  um oceano de Convolvulus tricolor na curva da estrada. No nosso país esta espécie rasteira, que ocorre espontaneamente em campos cultivados ou em pousio no centro e sul de Portugal, é conhecida por corriola-das-três-cores, o qual, tal como o nome cientifico, revela que além  do azul, cada flor ainda ostenta, embora em menor percentagem, mais duas cores: o amarelo e o branco.

Para terminar fazemos uma referência ao seu nome comum em inglês, o qual, tal como acontece em tantas outras espécies, reflecte um baptismo muito mais auspicioso: Dwarf Morning Glory, e que nós traduzimos livremente para Pequena-Glória-da-manhã!


domingo, 1 de maio de 2016

Um glorioso mês de Maio



No dia das Maias e do trabalhador, aproveitamos para deixar a todos os que nos seguem os nossos votos de um glorioso mês de Maio para todos! 

Não há muitos meses como este e se não temos especial aversão a nenhum, a verdade é que este é mesmo o nosso mês predilecto. Nosso e de uma parte substancial das pessoas que como nós se rende à chegada do bom tempo e de uma Natureza em apoteose. 

Não é por acaso que o mês se chama de Maio. Na etimologia da palavra estão as celebrações de fertilidade da terra, comuns a todos os povos do hemisfério Norte e que os Gregos consagravam a Maia, a deusa da terra, da fecundidade e do crescimento das plantas, dos homens e de todos os seres vivos. Maia ou Gaia para outros povos anteriores, do mediterrâneo e crescente fértil, e que na pratica celebravam o mesmo: a incrível explosão de vida que a nossa casa-mãe, a Terra, nos proporciona por estas alturas e que nós, afectuosa mas mais pobremente, sintetizamos hoje no dia Mãe.

A melhor forma de celebrar Maio é no campo e deixarmo-nos tomar pelos mares de amarelos que em diferentes tonalidade se avistam por todo o lado. Não é a ler blogues de qualidade duvidosa, Mas para quem quiser repor em memória, deixamos AQUI o links para o que escrevemos há dois anos sobre o Dia das Maias e as giestas que estão por detrás de um dos nomes do dia de hoje.

Quem não apanhou hoje um ramo de giestas para pendurar na porta da casa, também não tem de ficar triste. O que conta é o espírito e durante o mês de Maio não faltarão oportunidades. Dia 5, por exemplo, quinta-feira das Ascensão e que é o Dia da Espiga!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

No dia da Liberdade: Jardins sem sistemas de rega



Este ano, numa simbólica e feliz coincidência, comemoramos o nosso Dia da Liberdade a "resumir" o que de mais marcante aconteceu na conferência de Primavera da Associação de Jardins e Plantas em climas Mediterranicos, realizada este fim de semana em Lagos.

É possível que para muitos que lêem estas palavras o tema da jardinagem e dos espaços verdes criados pelo Homem, seja, à partida, um tema acessório, pouco relevante e nada prioritário no meio das tantas urgências que nos assolam. Mas quem nos segue há mais algum tempo sabe com segurança qual é a visão que partilhamos sobre o tema: Um JARDIM é e será sempre uma das melhores sínteses civilizacionais que poderemos mostrar a alguém. Que é reveladora da forma como um povo quer e consegue viver em sociedade e com os elementos que lhe foram oferecidos.

Uma vez aceite isto, as questões que se colocam são essencialmente práticas e de como passar à acção fazendo uso dos mais diversos conhecimentos, detidos por investigadores, biólogos, arquitectos, botânicos, viveiristas e jardineiros, na construção desses novos e renovados espaços de lazer e fruição. Ousando e, sobretudo, desafiando o medo. É que também neste tema, aparentemente tão circunscrito, faz todo o sentido celebrar a que possivelmente é a mais sólida conquista do dia que hoje comemoramos: O direito a perder o medo, a arriscar e a deixar as grilhetas do "sempre foi assim, para quê mudar".

Expectavelmente, das diferentes palestras destacamos duas: a de Olivier Filippi (AQUI)e a de Miguel Coelho de Sousa (AQUI). O primeiro que, numa vibrante apresentação, partilhou a sua visão para uma nova geração de jardins para a região mediterrânica e que se propõe criar algo que nunca existiu antes, tirando partido da incrível bio-diversidade da nossa região. O segundo, a demonstrar nos seus últimos projectos que também nesta área Portugal dispõem de profissionais que estão a ousar, a reflectir e a trabalhar sem medo.

A expressão "Jardim Seco" não é na nossa perspectiva a tradução mais feliz. Na realidade o que estamos a falar é de Jardins sem "complexos e onerosos" sistemas de rega, e desenhados tendo em atenção as condições particulares do espaço, solo e clima. Não são secos. São verdes, plenos de cor e vida. Espaços de fruição para nós e para um sem número de outras formas de vida que farão dos nossos jardins espaços ecologicamente dinâmicos e mais sustentáveis. Com "novas" espécies de plantas, que na realidade não são novas e sempre estiveram ao nosso lado, como vimos nas duas saídas de campo na praia da Amoreira (Aljezur) e no Cabo de S. Vicente (Sagres). Com mais humildade, pois algures ao longo do ano saberemos conviver com menos verde e mais secura. Com mais economia de recursos, de energia e de água.

Para terminar deixamos duas sínteses de fotos dos inspiradores percursos que ao longo do fim-de-semana tivemos o privilégio de fazer, conduzidos pelo biólogo Udo Schwarzer e pela Arquitecta Paisagista  Claudia Schwarzer (praia da Amoreira) e pela guia de Natureza Carla Cabrita (Arribas do Cabo de S. Vicente):


À APPJCM e em particular ao Rob e e à Rosie Pad, o nosso obrigado e os parabéns pela forma excepcional de como decorreu a conferência.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Sabugueiro


Num ano em que a Primavera  se apresenta mais envergonhada, com  semanas anormalmente chuvosas e aparentemente mais frias que o habitual, recomenda-se apenas uma dose de paciência adicional e uma atenção redobrada a alguns detalhes. há-os por todo o lado a assegurar que é mesmo uma questão de dias até que a explosão de calor, sol e humidade se instalem por todo o lado.

Um desse detalhes que já se pode ver por todo o lado é o das umbelas floridas dos sabugueiros, a cobrirem de branco imaculado margens de rios e ribeiras. A desculpa perfeita portanto para divulgar uma espécie quase desconhecida da maioria de nós mas sobre a qual já quase todos ouvimos alguma coisa.

Considerada desde há milénios como uma poderosíssima planta mágica, todas as suas partes podem ser utilizadas, como é o caso das suas flores que depois de secas e em infusão são indicada para o tratamento de gripes e constipações.

Mas há quem faça champanhe de flor de Sabugueiro e aqueles que preferem antes esperar pelas bagas, algures para os meses de Julho e Agosto, para na cozinha as utilizarem em tartes, molhos e xaropes.

Porém e como referiamos AQUI, a utilização das bagas, sobretudo em sumos, deve ser feita com alguns cuidados dadas as suas características purgantes.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Conferência de Primavera 2016 - Mediterranean Gardening Association Portugal


Dentro de 15 dias a Associação de Plantas e Jardins em Climas Mediterrânicos, realizará a sua  5ª conferência de Primavera, este ano a decorrer em Lagos entre os dias 22 e 25 de Abril.  Se a do ano passado, a que tivemos o privilégio de assistir, foi excelente a deste ano promete mesmo ser excepcional.

Serão três dias dedicados ao tema dos jardins secos na região mediterrânica bem como às tendências mais actuais relativas ao uso de plantas nativas numa jardinagem mais sustentável. O programa completo pode ser encontrado AQUI. Serão várias as palestras dadas por especialistas nacionais e estrangeiros, qualquer uma delas de qualidade garantida. Para aguçar a curiosidade e apenas a titulo de exemplo referimos: O Eng. Paulo Palha, que partilhará a sua experiência na construção de coberturas verdes ou O Dr Ken Thompson, da Universidade de Sheffield, cuja palestra será dedicada ao solo. Só estas já justificam lá estar, mas há mais !

Entre elas uma com Olivier Fillipi que é tão só e apenas um dos arquitectos paisagísticos europeus mais proeminentes e inspiradores da actualidade.  O seu livro " The Dry Gardening Handbook: Plants and Practices for a Changing Climate" de 2008 é hoje uma obra de referência e o seu site (AQUI)uma verdadeira fonte de esperança. A sua palestra terá por tema "Dry gardening: a new inspiration for gardeners in the Mediterranean region”. Por fim de salientar que durante a conferência será apresentado em Portugal o seu novo livro,  "Alternativas aos relvados",versão inglesa.

Uma nota final por fim para a grande maleabilidade da organização. Não é necessário reservar o programa completo podendo escolher-se uma ou duas palestras, participar em apenas um dos dias, com ou sem refeições, com ou sem visitas guiadas. Basta entrar em contacto e ajustar com a organização a opção que melhor convém a cada um dos interessados! Pela nossa experiência pessoal do ano passado, uma coisa é certa e garantida. Todos são genuinamente bem acolhidos pela APJCM!!

terça-feira, 5 de abril de 2016

Planta boa-escolha


No nosso último post permitimo-nos sugerir que as Scilla peruviana mereciam outra designação popular e, 10 dias depois, voltamos a reincidir. Não que seja por falta de assunto - as primeiras semanas de Primavera costumam ser vertiginosas em matéria de novidades e basta dar uma vista de olhos à nossa volta para verificar a azáfama de flores em corrida contra o tempo.

Mas como nem só de papoilas e pampilhos se faz uma Primavera, voltamos a uma das nossas espécies preferidas que por esta altura se encontra em floração e que, além de fama de medicinal, tem um inquívoco potencial ornamental. Dizemos espécie mas podíamos referir todo o género Asphodelus, que em Portugal, e de acordo com o portal Flora-On,  regista 7 espécies autóctones, conhecidas genericamente como abróteas.

Quem for versado em Latim ou Grego facilmente conseguirá descortinar a etimologia, mas como não é o nosso caso, basta ter um nome de peixe, marcado a ferros na memória de todos os que já frequentaram cantinas, para não motivar boas sensações. Para nós, e para os insectos polinizadores que se empanturram do seu néctar, devia chamar-se antes e apenas Boa-escolha. Claro que se pode baptizar com outros nomes, mais comerciais ou mais esotéricos, mas isso faz parte da reserva de liberdade de cada um.

Há cerca de dois anos publicámos AQUI um pequeno texto em que partilhámos algumas informações adicionais sobre a planta. Entre as quais o uso medicinal das suas raízes tuberosas cujo suco é indicado para o tratamento de impingens e ulcerações das mucosas. Lido algures como o que a seguir transcrevemos: as folhas pisadas e fervidas em água aliviam cãibras e ciáticas e  bebidas com vinho são um antídoto poderoso contra a mordedura de serpentes e lacraus. Afirmações que carecem de comprovação científica pelo que não se aconselha ninguém a procurar uma mordedura de lacrau para confirmar o poder desta planta!

De qualquer das formas e à semelhança do que sugerimos para a Scila Portuguesa nao se aconselha tentar retirar esta espécie dos seus espaços silvestres para a transplantar para o Jardim. As suas raízes são de tal forma ramificadas e profundas que dificilmente a planta sobreviverá! O melhor método é pois e uma vez mais a nossa solução preferida: germinar as suas sementes!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Scila Portuguesa



Acontecendo a Páscoa em datas próximas do inicio da Primavera é fácil associarmos às festividades flores que ocorrem por estas alturas e que, por uma razão ou por outra, marcam as nossas memórias visuais.

Na zona centro as Pascoínhas, de que falámos AQUI, florescem de forma tão luminosa e abundante que é popularmente aceite tomarem o nome da quadra. Mas noutras zonas do país haverá certamente outras espécies que já poderiam ter sido assimiladas com nomes condizentes. Uma dessas espécies, a sul de Setúbal e sobretudo no barrocal algarvio é a Scila Portuguesa.

E chamamos-lhe scila portuguesa por adaptação do seu nome vulgar inglês: Portuguese Squill. É que, como também já escrevemos AQUI, se há espécies em que nomes científicos e vulgares são, em simultâneo, enigmáticos, esta é certamente uma delas.

O que não é necessariamente mau. Significa apenas que até numa área tão dissecada como é a botânica há espaços de liberdade para que o mais vulgar humano possa usar da prerrogativa de estar vivo e atribuir o nome que bem entender ao que os seus olhos se afeiçoarem. Nós achamos que Scila portuguesa cai melhor que cebola albarrã-do-Peru,  aparentemente e estranhamente o seu nome popular, mas se alguém do Algarve nos disser que lhe chama cebola da Páscoa também aceitamos sem pestanejar!

Porque o importante é mesmo podermos maravilhar-nos por um campo de scilas que nos é dados de surpresa na curva da estrada. Maravilharmos-nos e agradecer a criação sem cair na tentação de sacar de qualquer pá e desatar a arrancar as cebolas/bolbos destas plantas silvestres - Algo que é liminarmente proibido por lei, à semelhança de todos os outros alhos e bolbos da nossa flora.

Mas se a colheita de quaisquer bolbos e alhos está proibida por lei e ainda estamos num estado civilizacional imperfeito, mas humanamente compreensível, de nos querermos rodear de beleza, o que fazer? Bom, podem-se sempre escolher os bolbos comercialmente apelativos que vêm aos quilos da Holanda. Porém, para nós, a solução é outra e chama-se tão somente, paciência! Paciência para semear as suas sementes e esperar 2 a 3 anos para que os bolbos cresçam o suficiente para nos oferecerem tão desejada recompensa: Um início de Primavera rodeado do inigualável azul-violeta das suas inflorescências!

Alcançando-o, as leis gerais da física voltam a manifestar-se e a confirmar que está tudo em equilíbrio. Se o desejo era mesquinho, que era, a paciência que é necessária para alcançar o resultado, paga o preço e uma vez feitas as contas, o espírito fica certamente em melhor condição.

Para finalizar dois apontamentos comerciais: Cada pacote de sementes, à mão de semear AQUI, tem cerca de 50 sementes e com uma excelente taxa de germinação. Segundo aspecto, apesar de ocorrer em solos de tipo calcário as Scilla peruviana adaptam-se facilmente a outros tipos de solos e não exigem quaisquer cuidados paraticulares para além, claro, da paciência já referida!