quinta-feira, 24 de março de 2016

Scila Portuguesa



Acontecendo a Páscoa em datas próximas do inicio da Primavera é fácil associarmos às festividades flores que ocorrem por estas alturas e que, por uma razão ou por outra, marcam as nossas memórias visuais.

Na zona centro as Pascoínhas, de que falámos AQUI, florescem de forma tão luminosa e abundante que é popularmente aceite tomarem o nome da quadra. Mas noutras zonas do país haverá certamente outras espécies que já poderiam ter sido assimiladas com nomes condizentes. Uma dessas espécies, a sul de Setúbal e sobretudo no barrocal algarvio é a Scila Portuguesa.

E chamamos-lhe scila portuguesa por adaptação do seu nome vulgar inglês: Portuguese Squill. É que, como também já escrevemos AQUI, se há espécies em que nomes científicos e vulgares são, em simultâneo, enigmáticos, esta é certamente uma delas.

O que não é necessariamente mau. Significa apenas que até numa área tão dissecada como é a botânica há espaços de liberdade para que o mais vulgar humano possa usar da prerrogativa de estar vivo e atribuir o nome que bem entender ao que os seus olhos se afeiçoarem. Nós achamos que Scila portuguesa cai melhor que cebola albarrã-do-Peru,  aparentemente e estranhamente o seu nome popular, mas se alguém do Algarve nos disser que lhe chama cebola da Páscoa também aceitamos sem pestanejar!

Porque o importante é mesmo podermos maravilhar-nos por um campo de scilas que nos é dados de surpresa na curva da estrada. Maravilharmos-nos e agradecer a criação sem cair na tentação de sacar de qualquer pá e desatar a arrancar as cebolas/bolbos destas plantas silvestres - Algo que é liminarmente proibido por lei, à semelhança de todos os outros alhos e bolbos da nossa flora.

Mas se a colheita de quaisquer bolbos e alhos está proibida por lei e ainda estamos num estado civilizacional imperfeito, mas humanamente compreensível, de nos querermos rodear de beleza, o que fazer? Bom, podem-se sempre escolher os bolbos comercialmente apelativos que vêm aos quilos da Holanda. Porém, para nós, a solução é outra e chama-se tão somente, paciência! Paciência para semear as suas sementes e esperar 2 a 3 anos para que os bolbos cresçam o suficiente para nos oferecerem tão desejada recompensa: Um início de Primavera rodeado do inigualável azul-violeta das suas inflorescências!

Alcançando-o, as leis gerais da física voltam a manifestar-se e a confirmar que está tudo em equilíbrio. Se o desejo era mesquinho, que era, a paciência que é necessária para alcançar o resultado, paga o preço e uma vez feitas as contas, o espírito fica certamente em melhor condição.

Para finalizar dois apontamentos comerciais: Cada pacote de sementes, à mão de semear AQUI, tem cerca de 50 sementes e com uma excelente taxa de germinação. Segundo aspecto, apesar de ocorrer em solos de tipo calcário as Scilla peruviana adaptam-se facilmente a outros tipos de solos e não exigem quaisquer cuidados paraticulares para além, claro, da paciência já referida!




domingo, 20 de março de 2016

Boas-vindas à Primavera em dia de Ramos


Desde as 4.30 da madrugada de hoje que estamos oficialmente na Primavera. A estação do ano preferida de uma grande maioria de nós. É verdade que o dia de hoje não é especialmente primaveril, mas os sinais de que ela chegou estão por toda a parte e os aguaceiros já não são bem a chuva desagradável de Inverno. São antes choveiradas de Primavera, que nem chegam a incomodar. E uma ajuda preciosa que para a fauna e flora nesta que é a sua estação de glória.

E se hoje o dia iguala a noite em duração, daqui até ao solestício de Verão, quer ocorrerá a 20 de Junho, teremos pela frente 92 dias que crescerão todos os dias um bocadinho! A altura perfeita portanto para privilegiar as actividades de ar-livre e beneficiar de toda a generosidade com que a Natureza nos brinda. Como os campos de papoilas e crisântemos silvestres que a partir de hoje fazem parte da nossa imagem de capa.

Um parágrafo final para o facto de este ano o primeiro dia de Primavera coincidir com o Dia de ramos, o início oficial das celebrações da semana santa nas sociedades de tradição católica, como é o caso da nossa. Independentemente da religiosidade praticada por cada um de nós sobra sempre um pouco de espaço para preservar a espiritualidade de qualquer tradição. E esta, que é de renovação e esperança, é para nós uma das mais significativas.

Benzidos ou nao, hoje é, mesmo nos intervalos da chuva, um bom dia para colher um ramo de alecrim, oliveira, rosmaninho e outras flores silvestres, tal como sugeriamos há um ano atrás AQUI.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Tempo de Semear! Site-Loja Sementes de Portugal

www.sementesdePortugal.pt


Ao longo de um ano há diversas alturas que são boas para semear e uma das nossas preferidas é a que agora se inicia: a do fim do Inverno/Início da Primavera.

É certo que o frio e a chuva ainda parecem infindáveis, ao ponto de quase já nem nos lembrarmos como é mesmo o bom tempo. Mas também é verdade que os dias já estão bem maiores e é uma questão de semanas para que os sinais de  Primavera estejam por todo o lado. É nesta altura, em que os dias ganham cada vez mais terreno e a temperatura começa a subir, que muitas das sementes encontram as condições perfeitas para germinarem e crescerem.

E se assim é para as sementes, que melhor altura poderíamos nós encontrar para lançar o nosso site-loja online!?

Quem nos segue há mais tempo imagina facilmente o quão importante é para nós este momento. Sabemos que não há sementes que germinem sem que primeiro tenham sido lançadas à terra. Com tudo o que a esse acto está associado. Do risco e da incerteza, mas também da esperança e da vontade de fazer crescer.

Desde o primeiro momento que acreditamos que, existindo, as sementes da nossa flora silvestre têm quem as procure. E que será sempre mais fácil e benigno semear do que, por exemplo, arrancar espécimes directamente na Natureza que invariavelmente acabam por morrer.

Com este site-loja damos mais um passo para o alcance dos três objectivos que sempre nos motivaram e que continuam a ser a nossa razão de ser:
 - Promover a utilização da flora silvestre nas suas múltiplas potencialidades, nomeadamente ornamentais e paisagísticas.
 - Valorizar as inúmeras espécies silvestres que fazem parte do nosso património etno-botânico;
-  Encorajar todos aqueles que o pretenderem a germinar as sementes das suas espécies preferidas.

Por fim e não menos importante, o nosso especial agradecimento a todos os que com a sua energia, generosidade e empenho colaboraram na construção deste site. Aos designers  Luis Nobre, Carolina Lapa e aos web-designers Nuno Martino e Rodrigo Melo, o nosso Muito Obrigado!