Ou cardo do coalho, ou cardo manso ou ainda alcachofra na região centro de Portugal. O Cynara cardunculus é um dos cardos com maior potencial ornamental e paisagístico. De muito fácil germinação é uma planta perene pouco exigente quer de solos quer de água. Além das folhas, que podem atingir um tamanho considerável e cuja cor verde cinza contrasta bem junto de verdes mais escuros de outros arbustos, oferece generosas e intensas florações entre Maio e Julho que são um eficaz chamariz de insectos e borboletas.
Mas o seu potencial não é apenas ornamental/paisagístico. Em rigor o interesse do Homem por esta planta é muito anterior remontando, pelo menos, ao período romano. Sendo aparentada com a conhecida alcachofra comestível, Cynara scolymus, utilizada na cozinha de outros países e que hoje começa a ser vulgar encontrarmos disponível nos nossos supermercados, esta nossa espécie também fazia parte da alimentação popular sendo utilizados os caules e as folhas quando tenros.
Como indicam os seus nomes vulgares era no passado amplamente utilizada no fabrico de queijos, aproveitando um dos seus elementos químicos - a cardozina, principio activo coagulante, presente nos estames das suas flores. Embora a "industrialização" dos processos de fabrico tenha afastado o coalho de cardo da fabricação de queijo, o sabor característico que o seu uso dava tem levado, nos últimos anos, ao surgimento de iniciativas que visam a sua reintrodução de forma inovadora no fabrico artesanal de produtos de elevada qualidade. Uma dessas iniciativa é o projecto CARDOP, desenvolvido por uma equipa liderada pelo Prof. Paulo Barracosa da ESAV - Escola Superior Agrária de Viseu, que ao longo dos últimos dois anos e com resultados visíveis têm trabalhado no estudo e e valorização do cardo na produção de queijo DOP Serra da Estrela.
Popularmente também lhe são reconhecidas diversas propriedade medicinais, nomeadamente para o tratamento de problemas hepáticos, e que hoje são alvo da crescente atenção (e valorização!) da industria farmacêutica.