E estamos no Verão, a estação preferida da maior parte de nós! Para nos acompanhar nos próximos 3 meses, mudamos de vestes, arrumamos as margaridas (Bellis perennis) que nos acompanharam durante toda a Primavera, e colocamos uma nova foto de capa mais alinhada com as paisagens desta altura do ano.
Paisagens que são mais secas, mas nem por isso menos dignas de admiração. Exceptuando as ilhas e algumas zonas do Minho, onde a pluviosidade ainda permitirá algum verde, grande parte do nosso território entra agora no período mais desafiante em termos de sobrevivência: sem chuva, uma boa parte da nossa flora reserva esta altura para amadurecer as suas sementes ( se não o fez já!) e deixa morrer a sua parte aérea. O fundamental é garantir que as raízes se conservem no solo, tão frescas quanto possível, para depois lá para setembro/Outubro voltarem a renascer e assim iniciarem um novo ciclo de vida.
Mas como diziamos acima, as nossas paisagens estarão mais secas mas nem por isso menos dignas de interesse. A imagem da nossa capa de Verão é de uma planta anual que pode ser frequentemente avistada no Algarve, nomeadamente nas estradas secundárias do Barrocal. Parece uma flor seca mas convém notar que já não o é. Na realidade o que vemos é o "arranjo" das suas sementes dispostas em globos perfeitos, que quase parecem feitos de papel.
Que pode ser utilizada com imaginação em arranjos florais não temos dúvidas. E como elemento útil na jardinagem, também não. A única coisa que ainda não compreendemos é porque é que não é utilizada com frequência em projectos de arquitectura paisagistica - no Algarve, sobretudo.
É bem posível que tenha um ou mais nomes vulgares, mas não nos fois possivel apurar qual ou quais. Dai que nos fiquemos pelo nome cientifico: Lomelosia simplex subs. dentata.
Curiosamente um género que pertence a uma das nossas familias preferidas, as Dipsacaceae, onde estão os cardos-penteadores e as saudades-rochas (Scabiosa antropurpurea), uma planta cujas flores podem ser vistas um pouco por todo o país ainda durante mais algumas semanas. e que nos acompanharam no passeio de hoje pela serra da pescaria-praia dos salgados, a sul da Nazaré.
Mas estas saudades-rochas, ou suspiros se preferirem, são de tal modo inspiradoras que merecem muito mais do que duas linhas. A fazer futuramente, fica prometido. Por agora deixamos apenas algumas fotos das muitas tonalidades de roxo e lilaz que aleatoriamente podem aparecer, por vezes na mesma planta. Ora vejam lá e digam se não vale a penas tê-las num canto mais digno que a beira da estrada:
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