sábado, 2 de maio de 2015

Um dia Perfeito



Existem infinitas combinações possíveis para que um 1º de Maio, ou outro dia qualquer, possa ser perfeito, e para nós o deste ano passou-se entre Cascais e Sintra. 

No primeiro dia da conferência de Primavera da Associação de Plantas e Jardins em climas Mediterranicos, tivemos a oportunidade de visitar dois jardins privados em Sintra que sustentam bem a hipótese, plausível, do paraíso ser mesmo aqui e agora.

Existem inúmeros detalhes no dia de ontem que dariam matéria para várias entradas, mas evidenciamos apenas um de que gostámos particularmente na Quinta dos Castanheiros: o da integração das dedaleiras no Jardim, 

Nas vertentes a norte da Serra de Sintra as Digitalis purpurea são espontâneas e para a maioria dos locais não apresentam qualquer interesse. Tanto que normalmente não costumam escapar á furia rossadora dos funcionários das autarquias locais que as irradiam tão eficazmente quanto possível de todas e bermas e taludes que constarem da ordem de serviço. Mas uma prova de que às vezes basta aproveitar o que a Natureza oferece sem esforço é o que os proprietários da Quinta dos Castanheiros em Colares generosamente nos deixaram usufruir.

Além da Quinta dos Castanheiros, de uma passagem pelo jardim do Verdial da Roca (aberto ao público e que não é nenhum supermercado de plantas, mas antes um jardim que também vende plantas, como deveriam ser todos os "garden centers") tivemos ainda tempo de ir espreitar as armerias (Armeria pseudoarmeria) no cabo da Roca. Um endemismo nosso, protegido por vários decretos-Lei, grupos detrabalho e investigação, subtraído de todo e qualquer tipo de comércio, mas que, infelizmente, está á merçê dos chorões. Mas de forma perfeitamente justificada e compreensível. Lisboa e as Direcções-Gerais montadas para o efeito, ficam lá longe e não é qualquer um que nos dias que correm. consegue alcançar facilmente o Cabo da Roca. É impossível chegar a todo o lado e faz-se o que se pode, o que deve ser imenso.

Para que um dia seja perfeito não é precisos que os 86400 segundos que o constituem sejam todos de êxtase. Mas o de ontem teve mesmo muitos segundos desses e a imagem abaixo é apenas mais uma ilustração que aqui deixamos para memória futura.


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