sábado, 11 de abril de 2015

As sementes de Portugal estão em Óbidos



O ideal teria sido publicar este texto logo no início da semana-santa e a seguir ao dia de ramos, mas o tempo, que dá para muita coisa mas não para tudo, não o permitiu. De qualquer das formas Óbidos é terra com mais atractivos para além dos que o programa de Páscoa oferece e pode ser visitada em qualquer altura, pelo que estamos sempre a tempo de referenciar que também nesta vila se podem encontrar as Sementes de Portugal.

Nem de propósito, ontem no suplemento Fugas do Público vinha um artigo sobre o facto de a CNN ter dado honras de reportagem à misteriosa e imcompreensivelmente desconhecida Região Centro, abrindo desde logo no seu início com imagens da preservada vila de Óbidos.

Nada que seja realmente novo para nós.  Como diziamos aqui, a propósito das Caldas da Rainha, esta é uma região desconhecida entre Lisboa e Porto e a partir da qual é possível ter uma grande amplitude de experièncias e paisagens humanas ou culturais. Nazaré, Alcobaça, Peniche, Leiria e Batalha são alguns dos sitios que se alcançam em menos de 30 minutos. E esta é apenas uma décima parte da dita região Centro! 

Também é verdade que Óbidos nao se pode queixar de ser uma vila desconhecida. Na realidade, hoje já beneficia de um fluxo de turistas significativo e em clara relação com o boom turistico de Lisboa que a tem como um dos destinos preferidos para as excursões de um dia em redor da capital.

Ir a Óbidos é sempre uma boa experiência. A vila esta incrivelmente bem preservada e ficamos sempre com a dúvida de como é que, no meio de tanto desordenamento territorial que se avista no país, foi possivel não estragar esta.

Corre o risco da disneyficação? Corre, é verdade. Mas também há sinais de que algumas coisas mais arejadas podem acontecer. O mercado biológico e a livraria ler devagar, a par de outras recentes iniciativas privadas , são um bom exemplo de que é possível dinamizar uma vila histórico sem que todos tenham de trajar medieval. 

Mas há detalhes que não podem ser ignorados e um dos que mais nos faz sorrir é ver os telhados e muros de Óbidos cobertos com bocas-de-lobo a prosperar. Esta espécie, provavelmente Antirrhinum cirrhigerum é, desde o início do projecto, uma das nossas preferidas (ver aqui). Não se lhe reconhecem propriedades medicinais ou usos alimentares, mas o tom rosa das suas flores e a profusão, alrgada no tempo, fazem dela uma das plantas inconternáveis a ter num jardim português. Há quem prefira os cultivares disponíveis nos hortos, de cores diversas e variadas, mas nenhum deles se aproxima  sequerdo original cujas cores são inquestionavelmente mais vibrantes.

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