Nos dias de hoje não é fácil acordar sem ter um dia pela frente em que nos informem que é para comemorar, assinalar, lembrar ou reflectir algo. Hoje foi o dia da Terra, ha menos de um mês o dia da Árvore, o Ano é o Ano internacional dos solos mas o facto é que os dias assinalados, para além de ajudarem os meios de comunicação a alinharem notícias e curiosidades, pouco mais significam tendem a ser rapidamente alvo de zaping.
E o do 41º aniversário do 25 de Abril de 1974 que se comemora no próximo Sábado também não foge á voragem do tempo. Mas ,independentemente de se ter cumprido ou não, da importância de se comemorar condignamente e a preceito ou não, não resistimos a partilhar a canção de Chico Buarque escrita para assinalar a nossa revolução e toda a esperança que ela representou não só para nós como para outros povos (incluíndo o brasileiro que nessa altura ainda vivia sob a ditadura, razão pela qual a letra, com algumas indirectas ao regime brasileiros, foi censurada nesse país).
À distância de 41 anos, e sendo nós, apesar de tudo, inquestionavelmente beneficiários directos do regime democrático a que o 25 de Abril abriu caminho, somos suspeitos e consideramos que há ainda muitos e bons motivos para assinalar com gratidão o que aconteceu naquele dia. Mas do que temos mesmo inveja é da esperança ingénua que tomou conta de tanta gente naqueles tempos. Teria sido possível uma Revolução mais Feliz se não fossem dias de Primavera? Duvidamos.
Os cheiros são dos estimulos que o nosso cérebro mais facilmente associa a emoções e lembrá-los é sempre transcendê-los. Nesta Primavera as fragrâncias de alecrim, mas também de esteva, rosmaninho e de tantas outras plantas que estão por todo o lado à nossa volta. Sábado, dia 25 de Abil será pois mais um excelente dia para criar novas memórias!
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