quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Verbascos




Quebrando um jejum de quase 4 meses, voltamos hoje e novamente a  atenção para a nossa flora espontânea. E um dos géneros que ainda nao tinhamos tido oportunidade de valorizar é o dos Verbascos.

Hoje em dia, até a expressão "verbasco" soa estranha e quase não se ouve. Mas os verbascos existem, encontram-se relativamente bem disseminados pelo nosso território e já foram no passado  uma planta muito reconhecida pelas suas qualidades medicinais e, acreditava-se, propriedades mágicas de protecção contra os maus espiritos.

Medicinalmente, estas plantas de enormes  folhas aveludadas, eram utilizadas no tratamento de problemas respiratorios, pois possuem  virtudes antitussicas e expectorantes. Virtudes hoje confirmadas pela industria farmacêutica que delas diversos  extrai elementos  para medicamentos destinados a combater inflamações das vias respiratórias como tosse, asma ou bronquite.

Das cerca de 360 espécies de verbascos que existem no mundo, ocorrem espontaneamente em Portugal 9 espécies. Destas, sendo certo todas elas têm na nossa perspectiva valor ornamental e paisagístico, existem três espécies que ficam bem em qualquer jardim: O Verbascum thapsus (em regra ocorre por todo o país mas com maior incidência na zona centro), o Verbascum pulveruletum (comum em Trás-os-montes e sobretudo no distrito de Bragança) e o Verbascum litigiosum (confinado à linha da costa Ocidental entre a Figueira da Foz e Sintra, endémico desta região e que tem o estatuto de planta protegida).

De notar que o valor paisagistico de que falámos, muitos antes de nós já o tinham notado - a começar pela jardinagem inglesa que dos verbascos soube e sabe tirar partido. Seja da cor e textura das folhas, seja da configuração das folhas em harmoniosas e generosas rosetas basais, seja, por fim, das hastes floridas que podem alcançar 2 metros de altura e que são um banquete para as abelhas.

Fazemos ainda referência ao facto de serem plantas cujas sementes são de fácil germinação e que no seu ciclo de dois anos (as hastes florais emergem no segundo ano),pouco ou nada exigem em termos de cuidados ou regas.

Para terminar, retomamos tambem o velho hábito de fazer referência aos que ja antes de nós escreveram mais e melhor sobre este género botânico. A Fernanda Nascimento, aqui e o Dias com Árvores, aqui.

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