Se em Paris, no meio de tanta abundância de jardins e espaços verdes, não temos duvidas em sugerir o Jardin Alpin como sendo o nosso preferido, em Londres o problema do excesso de oferta também se resolve facilmente: a pérola dos jardins de Londres, de visita obrigatória, é o Chelsea Phisic Garden.
Na realidade mais do que um jardim - é o segundo jardim botânico mais antigo de Inglaterra, a seguir ao de Oxford, é, de certa forma, "o espaço fundador" de toda a tradição britânica em matéria de botânica e jardinagem desde que em 1673 a sociedade dos boticários/farmaçêuticos de Londres estabeleceu um jardim inteiramente dedicado ao estudo das propriedades medicinais das plantas.
Sendo reconhecida a importância que teve na disseminação do estudo da botânica por toda a Europa - a titulo de referência, Lineu, considerado o pai da botânica moderna, passou por lá no início da sua carreira, a sua consistente actividade ao longo destes 350 anos bem como as suas colecções de plantas, organizadas num espaço que não chega a um hectare e meio, continuam a fazer deste jardim um dos sítios incontornáveis de Londres.
Não resistimos, porém, a partilhar o que para nós é um motivo adicional para o visitar sempre que temos a oportunidade de vir a Londres. De certa forma, o nosso interesse pela flora autóctone portuguesa foi aqui amplamente estimulado quando o visitámos a primeira vez há cerca de 15 anos.
Na altura, como ainda hoje - embora a qualidade das fotos não o facilite, são incontáveis as espécies da flora silvestre do nosso país que aqui têm lugares de destaque: eufórbias, centranthus, iberis, Echium(s) e iris, entre muitos outros géneros. Para não referir as espécies medicinais e aromáticas mais óbvias como o alecrim, a borragem, o cardo-mariano ou o tomilho.
Daí que, numa das muitas ironias proporcionadas por essa mania deste país em ter as fronteiras abertas, o nosso projecto pode considerar-se como beneficiário directo dessa longa tradição de disseminação de conhecimento empreendida pelo Chelsea Phisic Garden desde 1673. Ou, dito de outra forma, para nós visitá-lo é, e será sempre, uma das muitas formas de regressarmos a casa!
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