Se é um facto que a Primavera começa mais cedo no Algarve, o Verão também lhe segue as pisadas e o início de Junho já é marcado pelas cores mais ocres e douradas dos campos do Sul.
Porém no meio da secura algarvia, quando ainda a Primavera vai a meio no Alto-minho, há, no interior do barrocal Algarvio, autênticos oásis de frescura como é o caso da área protegida Fonte da Benémola, perto de Querença-Loulé. Se motivos faltassem para uma visita - que não faltam!, ver os loendros em flor nas margens da ribeira justificam plenamente a viagem.
Esta espécie (Nerium oleander), que na realidade é autóctone das margens das ribeiras do Sul do país, paga hoje na jardinagem um preço alto por ser pouco exigente, muito adaptável e de prolongada e generosa floração.
Como não é exigente instalaram-na em tudo o que era auto-estrada e hoje para muitos é a banal flor das auto-estradas.
Como tem floração prolongada nos meses de Verão desdobraram-na em dezenas de cultivares das mais diversas cores para facilitar o trabalho de jardineiros que gostam de dar, sem grandes esforços, aspectos tutti-fruti aos jardins que cuidam(neste particular, no Algarve loendros e buganvílias das cores mais diversas têm sido a melhor forma de colmatar a falta de imaginação!).
Entretanto e em sinal da falta de gratidão humana descobriram que toda a planta tem compostos potencialmente tóxicos para a nossa espécie, havendo hoje quem dedique energias a defender a sua eliminação do espaço público (Como se fosse normal e frequente alguém andar a ruminar folhas e flores de loendros!!)
Dito isto, o Loendro é evidentemente uma espécie a ter por perto. Se possível sem exageros e nas cores originais em lugar fresco tendo por companhia freixos e amieiros. Porém, se tal não for possível, deve sempre ter-se um loendro por perto. Mais não seja para lembrar que às vezes adaptabilidade e generosidade a mais se saldam sempre aos olhos dos outros em vulgaridade!
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