Mandrágora em flor, Barlavento algarvio, Outubro 2018
Hoje em dia os mais conservadores detêm-se na discussão de que as actuais comemorações "comerciais" de Halloween são uma importação descarada e sem qualquer sentido proveniente dos Estados Unidos.
Mesmo que assim seja -e nós não estamos assim tão certos, pois sobretudo no centro e norte de Portugal os nossos antepassados Celtas comemoravam a entrada no Inverno e início de um novo ano no último dia de Outubro com o importante festival Samhain, o nosso Dia 1 de Novembro, dia de todos os santos e do pão-por-Deus na região Centro, de tradição católica, possui alguns aspectos que não o deixam assim tão longe do espírito pagão.
E a ideia principal nestes dias em que a noite avança e ganha terreno aos dias é, no hemisfério Ocidental, a mesma: a de nos conectar com outros mundos menos palpáveis e desconhecidos! Como reconhecido por todos, ninguém acredita em bruxas mas que as há...Há!
E são precisamente as bruxas que deram fama a esta planta considerada mágica e cujas raízes bifurcadas, de aparente forma humana, são um ingrediente essencial em qualquer trabalho que se queira com efeito certo.
Ao que parece as suas qualidades já tinham sido anotadas no Antigo testamento e daí até ao fim da idade média a sua fama só cresceu. São incontáveis as lendas à volta desta planta. Desde que a sua semente é o sémen de um homem enforcado até aos procedimentos de colheita das sua raízes que apenas poderiam ser colhidas em noite de lua cheia, puxadas para fora da terra por uma corda presa a um cão preto; e se outro animal ou pessoa fizesse esta tarefa, a raiz "gritaria" tão alto que o mataria.
À parte estes aspectos da maior importância em noites de interacção com o oculto, o facto é que o seu fruto possui elementos químicos que o tornam venenoso. Daí que os Árabes o apelidassem de maçã do Diabo, pelas supostas características afrodisíacas.
Curiosamente não é o único género da grande família das solanáceas que é suspeita e tem fama de venenosa e tóxica, pois há outros géneros, com espécies provenientes por exemplo da África do Sul, que entretanto se assilvestraram entre nós sendo algumas das quais consideradas até invasoras. Um bom exemplo é a espécie Solanum linnaeanum também vulgarmente conhecida por Maçã de Sodoma.
Curiosamente também, e sobretudo para os menos atentos a questões botânicas, as solanaceas à qual pertence esta espécie mágica são nada mais nada menos a família dos tomates - um fruto que comemos na categoria dos vegetais e que chegou à Europa no século XVI vindo da América do Sul pela mão dos espanhóis. Dos tomates e das beringelas, bem como de muitas outros géneros conforme partilhado aqui pelo Dias Com Àrvores.
Não nos alongaremos mais sobre as infinitas curiosidades acerca da planta e dos usos místicos - bastará uma pesquisa no google de expressões como "Mandrágora", "Noite das bruxas" ou "festival Samhain" para se ocuparem facilmente muitas noites de Outono!
Mas não gostaríamos de terminar sem referir que esta é uma espécie autóctone relativamente rara e que deve ser preservada por todos. Àqueles que se pretendem iniciar nas artes da bruxaria com um peso -pesado da arte só podemos garantir uma coisa: As raízes de Mandrágora só podem mesmo ser colhidas "puxadas para fora da terra por uma corda presa a um cão preto. Se outro animal ou pessoa fizer esta tarefa, a raiz "gritará" tão alto que o matará!
Feito o aviso, a nossa sugestão é que quem quiser ter esta planta em flor na altura em que quase todas as outras ou estão a germinar ou a produzir frutos, o melhor mesmo é tentar germiná-la! No nosso catálogo geral temos as suas sementes para todos aqueles que o pretenderem tentar!
Raízes de mandrágora
Frutos de mandrágora
Por favor pretendo arranjar mandrágora. Como posso adquirir? É urfente
ResponderEliminarTbm quero
ResponderEliminar