domingo, 18 de março de 2018

Equinócio de Primavera 2018


Há cinco meses atrás, em pleno Outono, Portugal passava por um dos períodos mais quentes (e trágicos!) de que não tínhamos memória e que, dizem os especialistas, experimentávamos pela primeira vez. Desde então e até há cerca de 3 semanas, grande parte do país esteve em seca severa, motivando as mais diversas iniciativas de quase todos os quadrantes humanos - da ciência à politica, da comunicação social à religião, para que tal desgraça cessasse o quanto antes.

Porém, e apesar de todo o voluntarismo dos últimos 4 meses, foi mesmo a Natureza que, na sua imprevisibilidade, se encarregou de repor a água em falta proporcionando-nos um mês de Março generosamente chuvoso. Uma vez mais, de que não tínhamos memória e que,  dizem os especialistas, experimentamos pela primeira vez. E ou a chuva cessa ou, o mais provável, é estar criado um enormíssimo problema de excesso que irá motivar novos voluntarismos dos quadrantes do costume.

Isto para dizer que o mais sensato seria mesmo aceitarmos de uma vez por todas de que o nosso clima, de tipo mediterrânico, se presta a estas variabilidades. Invernos que podem ser muito chuvosos Primavera adentro e Verões que igualmente se estendem pelo Outono. Alterações climáticas à parte, esta é a nossa matriz e se a tivermos como um dado adquirido, não será necessária tanta estupefacção pelos maus resultados dos erros que cometemos na gestão do nosso território.

Com tanta chuva e frio é natural que a "Primavera" ainda esteja envergonhada e que na terça-feira, pelas 16h15, momento em que se regista o Equinócio de Primavera, tenhamos dificuldade em  reparar nela.  

Porém os sinais, embora tímidos, já estão à vista na floração dos pilriteiros, dos folhados e das urzes. E como não há um dia igual ao outro, aos poucos, a Natureza encarregar-se-á de mostrar que os dias maiores são para aproveitar. Começa agora com os múltiplos tons de verde das novas folhas nas árvores de folha caduca, para, nos meses de Abril e Maio, se desdobrar em múltiplas cores.

Apesar da Primavera ainda ser uma excelente altura para se semear - sobretudo em tabuleiros, vasos ou floreiras, esta é mais uma estação para se usufruir do que se fez nos últimos 6 meses! Quem pensar semear agora os prados que quer ver em flor deve certificar-se de que disporá de água para os regar nos calores de Junho. E quem pensar em deitar directamente na terra sementes de arbustivas terá de estar preparado para o insucesso: As sementes germinam mas não terão tempo de enraízar o que necessitam para sobreviver ao Verão.

E o mesmo serve para as muitas árvores que um pouco por todo o país serão colocadas na quarta-feira, Dia Mundial da Árvore, em múltiplas iniciativas de arborização que, na melhor das hipóteses, serão recordadas como de sensibilização. Em jardins ainda haverá alguma esperança se existir rega à mão, mas nas serras e à merçê do tempo, dificilmente as jovens árvores resistirão a um golpe de calor.

Como já escrevemos várias vezes, e de acordo com as nossas observações, no nosso país, incluindo o arco de clima atlântico do noroeste (Aveiro-Braga-V.do Castelo), o mais prudente é semear no Outono-Primavera, de preferência em tabuleiro ou vasos, e transplantar para os locais definitivos nos meses de Novembro e Dezembro.



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