Depois de quase um mês sem partilharmos o quer que seja é mais dificil recomeçar. Por um lado o número de coisas que gostariamos de publicar aumenta e acumula-se mas, em direcção inversa, sabemos que de alguma forma se interrompeu um fluxo. E sem justificação plausível ou que interesse a quem nos segue, sucedem-se os dias sem que consigamos quebrar a ausência.
O que nos vale é que em matéria de flora autóctone existem sempre bons assuntos para voltarmos a publicar. É sabido que no nosso território continental estamos numa altura em que já não são muitas as espécies a florir: as temperaturas e a disponibilidade de água encaminham a grande maioria das espécies para o fazer durante o fim do Inverno e a Primavera. Essa é, provavelmente e apenas por dedução lógica nossa, uma das razões da utilização de espécies de outras latitudes nos nossos jardins e varandas: a sua floração nos meses de Julho e Agosto. E como sabemos num garden -center o que se vende bem são as espécies que garantem exuberante florações neste meses mais secos.
Mas ainda assim há algumas espécies nativas que florescem mais tarde que as restantes. Uma delas e que colhe a nossa admiração é uma planta discreta, relativamente rara, que tem preferência por lugares de sombra e alguma humidade. Conhecidas como viúvas é possível dar por elas nos muros de Sintra, bem como nos taludes de algumas estradas na região centro e Norte - Litoral. Depois, do Porto para cima, no Minho e na Galiza, são várias os sítios em que com alguma atenção se conseguem vislumbrar facilmente os mantos lilazes das suas inflorescências em forma de umbela.
É certo que ja não em Portugal, mas é ainda nos muros do centro histórico de Santiago de Compostela e da própria catedral, sobretudo nos que estão orientados a norte, que é possível encontrar algumas das populações mais significativas desta planta e onde são claras as suas inegaveis qualidades ornamentais.
Curiosamente estas viúvas, cujo nome botânico é Trachelium caeruleum, pertence á famíla Campanulaceae, a mesma família a que pertencem os botões-azuis que referenciámos na nossa ultima entrada e que também são uma espécie a ter debaixo de olho.
Para terminar deixamos aqui o link para a entrada que Francisco Clamote escreveu sobre esta espécie e onde, além de informação adicional, é possível encontrar mais e melhores fotos.
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