segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O Natal com as autóctones

Hoje evocamos as plantas emblemáticas da presente época até porque, por sinal, são autóctones. São elas “os azevinhos”. Sobejamente conhecidas, as plantas apresentadas abaixo fazem parte do nosso imaginário e sobretudo das decorações tradicionais natalícias.
Azevinho (Ilex aquifolium)                      Gilbardeira (Ruscus aculeatus)

Quando falamos d’os azevinhos’, queremos apenas realçar que há o verdadeiro e o falso.

O verdadeiro azevinho, Ilex aquifolium, que deve o seu nome genérico à semelhança formal das suas folhas com as folhas da azinheira (Quercus ilex), nesta altura ornamenta a sua bela folhagem verde escura e brilhante com profusos agrupamentos de drupas vermelhas.
Tradicionalmente, o seu uso remonta às festividades romanas em honra do deus Saturno, “As Saturninas”, que se realizavam por estas alturas do solstício de Inverno. Já na era cristã apareceram outras lendas que dizem ter o azevinho dado proteção à Sagrada Família quando esta era perseguida pelos soldados do Rei Herodes, passando assim este arbusto a ser o símbolo do Natal, por ter protegido Jesus.
Muito usado na época natalícia para as decorações, é vítima de cortes arrasadores e abusivos, sem que critério, pelo que corre o risco de extinção enquanto planta espontânea. Está totalmente proibida de apanhar em Portugal pelo Decreto-Lei nº 423/89 de 4 de Dezembro que "proibe, em todo o território do continente o arranque, o corte total ou parcial, o transporte e a venda do azevinho espontâneo.

O falso azevinho, Ruscus aculeatus, é popularmente conhecido por gilbardeira entre muitos outros nomes como azevinho-espinhoso, azevinho-pequeno ou menor, erva-de-vasculho, gibaldeira, gilbardeira, murta-espinhosa, pica-rato, etc…, nada tem a ver com o verdadeiro a não ser a semelhança das suas bagas vermelhas e a igualmente grande procura dos seus raminhos para a decoração festiva.
Na sequência da diminuição do azevinho, as pessoas começaram a apanhar abusivamente a gilbardeira e agora ambas estão proibidas de ser apanhanhadas assim como também o teixo (Taxus baccata - apesar deste ter outra razão para a devastação: o pastoreio).

Mais recentemente e como resposta à "escassez" destas espécies, vê-se frequentemente à venda a folhagem de medronheiro, apanhadas de igual modo sem critério, o que poderá colocar em risco a curto ou médio prazo também esta espécie.

Pelo que, como proposta mais razoável propomos sem dúvida que cultivemos os nossos próprios azevinhos, num vaso ou no jardim, localizando-o 'naquele local' mais fresco. Obtemos assim a folhagem que precisamos para as decorações natalícias e valorizamos a planta, na medida em que o azevinho suporta bem a poda, rebentando lenta mas abundantemente. 
Sendo nativa em Portugal, o azevinho é já muito usado como ornamental e para formar sebes. Tem preferência pela metade norte do país mas tem também grande capacidade de adaptação, além de contribuir para a melhoria e preservação do solo. (1)


“If you love a flower, don´t pick it up.
Because if you pick it up it dies and it ceases to be what you love.
So if you love a flower, let it be.
Love is not about possession.
Love is about appreciation.” 
OSHO

2 comentários:

  1. De repente pareceu-me estar numa das nossas aulas com a prof Conceição
    :)

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  2. Estou muito longe dela Milita. Mas tenho que lhe agradecer muito do que consegui reter.

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