sexta-feira, 27 de março de 2020

Um jardim autóctone e ...não só!


No nosso último post, acerca do blogue Jardim autóctone, de Rafael Carvalho, editado entre 2011 e 2015 fazíamos referência a uma das suas publicações onde evidenciavam as razões para que cada vez mais incluamos espécies da nossa flora autóctone num jardim. Nele uma das ideias partilhadas é a de que, nesta matéria, como em muitas outras não há lugar a ortodoxias. Um jardim pode ter plantas autóctones mas também pode continuar a ter espécies de outras proveniências que nao o território local/regional ou nacional!

Claro que somos adeptos de jardins com mais flora autóctone! Em regra são jardins mais sustentáveis, mais adaptados ao nosso clima, ecologicamente mais ricos e, consequentemente, com maior biodiversidade! Mas pode um jardim ter outras espécies que não sejam autóctones!?!Na realidade um jardim pode (e deve!) ter todas as plantas que o seu mentor considerar adequadas!

Não existe nenhuma regulamentação de como deve ser um jardim. Não existe nenhum decreto nem nenhuma lei que defina que um jardim é melhor com estas de que com aquelas espécies! Um jardim é e será sempre um espaço de SONHO e LIBERDADE com os pés e as mãos na terra. Uma construção humana, intima e pessoal que espelha as opções éticas e estéticas de quem o desenha, planta e cuida.

Pode ter espécies do hemisfério Sul!? Pode! E do mediterrâneo Oriental!? Também! E autóctones da outra ponta do país? Porque não? E cultivares apurados por jardineiros ao longo de gerações? E porque não também? Até pode ter plantas geneticamente modificadas se for essa a vontade. O melhor jardim é e sempre será só um: aquele que faz alguém feliz!

Estabelecidos os limites, que não são nenhuns, qualquer pessoa pode (e deve!) começar essa aventura - assim tenha as condições e....a vontade! Para desenhar, plantar, semear, errar, ver crescer, mondar, voltar a plantar, retirar e um dia voltar a recomeçar! Se nessas múltiplas acções alcançar paz e alegria, o jardim já lhe deu tudo o que teria de dar! E foi certamente muito! Como bónus pode ainda deleitar-se a recordar o nome das plantas, dos arbustos e das árvores. Das que dão flores e folhas comestíveis. A saber distinguir as que são perenes das anuais ou bi-anuais. As que ocorrem na linha de costa ou as que nem são de cá, as que eram comuns nos jardins medicinais dos mosteiros e as que as abelhas adoram. As que só enraizaram à terceira, as que precisam de muito cuidado e as que só querem ficar sossegadas. As que implicam muita rega e as que não precisam dela para nada! A ver as estações a passar por ele e a lembrar-se de todas aquelas que não se conseguiram adaptar naquele solo/localização. A aprender a viver com essa frustração, a não desistir e ainda assim continuar a plantar outras que poderão prosperar.

Ao fim de algum tempo, com persistência e alguma paciência, qualquer um de nós poderá ter por fim o seu Jardim. Não será um jardim qualquer, nem tão pouco perfeito. Será simplesmente o seu Jardim. E isso é tudo o que basta!

Nota Final - No nosso blogue,https://bit.ly/2JlqKbr, partilhamos mais fotos de um Jardim sem qualquer sistema de rega e onde, a par de espécies autóctones de Portugal continental - provenientes de regiões tão dispares como Algarve, Beira Baixa, litoral atlântico, baixo -mondego e Serras de Aire e candeeiros, foram incluídas espécies provenientes da África do Sul e Mediterrâneo Oriental!





Nota - As fotos aqui partilhadas são de um Jardim, sem qualquer sistema de rega e onde, a par de espécies autóctones de Portugal continental - provenientes de regiões tão dispares como Algarve, Beira Baixa, litoral atlântico, baixo -mondego e Serras de Aire e candeeiros, foram incluídas espécies provenientes da África do Sul e Mediterrâneo Oriental!




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