Se no último post partilhávamos o que para nós é, sem qualquer dúvida, o que não devíamos estar a fazer - e que na prática é transformar um país que, ao que nos dizem, já foi um jardim, num triste eucaliptal à beira-mar plantado, este será totalmente focado no seu oposto e no enorme espaço que sempre continua a existir para todos os que não pretendem entregar-se ao desalento.
Evidentemente a acção individual não resolverá estruturalmente problemas que carecem de decisões de planeamento do território em maior escala, mas pode fazer toda a diferença. E ainda mais se forem somadas muitas pequenas acções.
O "Homem que plantava árvores", conto de Jean Giono, que partilhámos nesta mesma página no início deste ano de 2017, AQUI, tem esse potencial de inspiração e esperança que pode preencher qualquer um de nós.
Como escrevíamos na altura " o que é notável e inspirador neste conto de Jean Giono ( 1895-1970) são os diferentes níveis de leitura que ele possibilita. Descrevendo a acção de um pastor solitário que sozinho criou um novo bosque, fervilhante de vida, o que por si só é uma obra maior, o autor remete-nos subtilmente para as infinitas possibilidades da condição humana e que cada um de nós tem, por mais adverso que seja o contexto: O de recomeçar e persistir com esperança na mudança que queremos para cada um de nós e em nosso redor.
É uma mensagem que se pode ler em todos os momentos do ano, mas que ganha ainda mais relevância nos momentos de recomeço, pelo que não nos cansamos de sugererir o seu visionamento ou a leitura do livro.
É que Setembro, estando nós hoje a apenas 15 dias do equinócio de Outono, marca o início de um novo ciclo da vida no hemisfério Norte. Muito mais que 1 de Janeiro - o inicio do nosso calendário romano, hoje generalizado no mundo de cultura ocidental, é com o Outono que realmente há a oportunidade de recomeçar, semeando e colocando na terra o que queremos ver crescer e florir na Primavera/Verão de 2018.
Perspectivar o tempo de maneira circular, como faziam os nossos ancestrais pagãos, traz inúmeras vantagens sendo que a maior é mesmo liberta-nos da perspectiva linear dos "crescimentos constantes" a que a sociedade actual considera normal exigir e que não têm qualquer paralelo na Natureza que nos rodeia e da qual fazemos parte. Daí que, se há um regresso às aulas dos mais novos, também pode e deve haver um regresso à terra, ao jardim, à horta, ao bosque ou à floresta de qualquer um que não se resigne e queira recomeçar semeando.
Que o conto de Jean Giono possa inspirar mais alguns dos que nos seguem em novos recomeços, são os nossos votos!
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