No dia em que entramos definitivamente no Outono - a mudança de hora e o consequente anoitecer "prematuro", são para muitos a marco inexorável da estação, aproveitamos para colocar a nossa atenção numa das regiões de Portugal que na nossa perspectiva merecem ser visitadas nesta altura do ano.
Existem muitos lugares onde as paisagens se cobrem de magnificas cores outonais, mas onde os tons de cobre e dourado das folhas nos são dados de forma mais gloriosa estão sem sombra de dúvida no Norte de Portugal e em particular particular no Nordeste Transmontano.
Vem isto a propósito de uma viagem que tivemos o privilégio de fazer há cerca de um ano atrás tendo por principal objectivo o de ver com os nossos próprios olhos aquela que é considerada a árvore mais rara de Portugal: O evónimo europeu, ou, como também é chamado localmente nas terras da Serra da Nogueira e de Vinhais, barrete-de-padre.
Curiosamente, apesar de ser extremamente rara no nosso país, esta espécie de porte arbustivo mas que pode alcançar a forma arbórea, é vulgar nas orlas das florestas da Europa central sendo ainda amplamente utilizada como planta ornamental noutros países. Com preferência por solos profundos e ricos em matéria orgânica foi aqui, nos lameiros da terra-fria transmontana, que esta espécie fixou o limite mais meridional da sua distribuição natural.
Conhecida por produzir uma madeira extremamente dura, utilizada no fabrico de fusos, o botanicamente classificado como Euonymus europaeus, tem nos seus frutos, de cor rosa (ou fucsia) e cuja forma faz lembrar a dos barretes dos padres dos séculos passados, o motivo de maior admiração.
O segundo maior motivo de admiração é o " E porque é que não são hoje amplamente utilizados na jardinagem urbana das cidades e vilas desta região?". Da nossa experiência, resultou observar que a germinação das suas sementes não apresenta problemas de maior. E se existisse essa vontade, observar barretes de padre poderia perfeitamente ser mais um cartão de visita a juntar aos (muitos) outros que a região já apresenta.
É que não se encontra em sítios acessíveis pelo que a única forma de os observar hoje é mesmo a que nós fizemos há um ano. Verdade que depois de encontrado se fica com a clara sensação de dia ganho, mas não é de desconsiderar a quantidade de lameiros que têm de se transpor até que se encontre um. E isto se se encontrar!
Para quem pretender saber mais sobre esta espécie deixamos aqui o link para a sua ficha no florestar.net!
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