quinta-feira, 8 de maio de 2014

Campos e bermas de tremoçilhas

Lupinus luteus e Lupinus angustifolius

Se há campos fotografados nesta altura do ano os de tremoços silvestres são desses. É claro que há outros dignos de postais como os de pampilhos amarelos de Trás-os-montes, os de papoilas do Alentejo ou os de Echium lilazes do Ribatejo, mas estes são dos que fazem parte do nosso imaginário.

Quando passamos por eles ficamos sempre intrigados a imaginar que planta será aquela de hastes floridas dispostas em andares  de forma regular e harmoniosa. A maior parte de nós nem desconfia que afinal se tratam dos parentes afastados da iguaria dos menos abonados que acompanhará muitas cervejas no Verão que se aproxima. O tremoço!

E se reparamos nos campos de tremoçilha, espontâneos ou propositadamente semeados, ficamos ainda mais surpreendidos quando descobrimos que afinal eles existem também noutras cores como o azul. Menos frequentes que os anteriores é possível no entanto depararmos-nos com eles. Os que conhecemos abundam sobretudo em Trás-os-Montes e no Alto Alentejo. A estrada Alpalhão-Castelo de Vide, além de uma alameda de freixos que promete ser daqui as uns anos ainda mais impressionante que a que liga hohe Castelo de vide a Marvão, é ladeada nas suas bermas e em toda a extensão com um consistente e abundante povoamento de tremoços azuis.

Claro que hoje já se encontram pacotes de misturas de sementes para prados floridos onde estes dois se encontram a par de outras variedades com tantas outras cores apuradas ao longo dos tempos. Porém neste caso, como quem segue este blogue já nos ouviu dizer e não nos cansamos de repetir, não é necessário procurar híbridos e variedades apuradas quando a Natureza já o fez tão bem.

Os lupinus são um género que pertence à grande família das leguminosas, Fabaceeae. Sobretudo a tremoçilha amarela é utilizada com frequência pelos agricultores para restaurar a fertilidade dos solos durante os pousios uma vez que contribui para a fixação do azoto.

Semeados na altura certa, por alturas de Outubro/Novembro, são de fácil germinação e garantem um prado de Primavera com outras cores sem qualquer trabalho pois não necessitam de qualquer tipo de rega. As chuvas de Inverno são-lhe mais do que suficientes!

Nota - Além das duas espécies aqui afloradas existem ainda em Portugal mais três espécies: de flor creme; uma outra de cor azul e, imagine-se, cor-de-rosa/roxo!
Lupinus luteus

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