segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Canafrecha



Depois de nas últimas entradas termos passado em revista alguns dos (muitos)  arbustos essenciais a ter por perto, e que de uma maneira ou de outra, já têm créditos reconhecidos em matéria de jardinagem, arriscamos-nos hoje a evidenciar as qualidades de uma espécie herbácea que, embora tenha inegáveis qualidades estéticas, é incompreensivelmente  ignorada.

A canafrecha, Ferula communis, que se pode encontrar em praticamente todo o território nacional é simplesmente a maior planta herbácea da nossa flora cujas enormes hastes florais podem atingir cerca de 5 metros. Muito em breve, de Abril a Junho, será possível encontrá-las no horizonte de muitas estradas de província marcando a paisagem com o seu porte arquitectural.

Mas não é preciso esperar pelo surgimento das hastes e das inflorescências para apreciar esta planta num jardim. As suas grandes folhas são, como referíamos AQUI  tão finamente divididas que exibem um vistoso aspecto plumoso. Apesar de os ingleses a apelidarem de "Funcho Gigante" deve ter-se em atenção que as folhas são tóxicas pelo que não devem ser consumidas. De resto, apresenta todas as vantagens da família das apiácias a que pertence, sendo bastante apreciada pelos insectos polinizadores.

Medicinalmente não lhe são conhecidas aplicações tradicionais, mas não resistimos a transcrever um parágrafo que Miguel Boieiro escreveu no seu livro "As Plantas, nossas irmãs" a propósito da sua fama de "favorecer a apetência sexual e de ser ainda melhor que o "Viagra". Para tal macera-se durante 10 dias 50 gr de sementes num litro de vinho tinto e bebe-se um cálice antes das refeições. Será mesmo assim?" . Sem evidencias cientificas e nenhum testemunho vivo, o melhor é mesmo não arriscar!

Uma nota final para a ecologia, referindo que tem preferência por solos calcários, mas não forçosamente (não tolera provavelmente solos ácidos), gosta de de locais temporariamente encharcados no Inverno/Primavera, drenados e com boa exposição solar.

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