No nosso último post permitimo-nos sugerir que as Scilla peruviana mereciam outra designação popular e, 10 dias depois, voltamos a reincidir. Não que seja por falta de assunto - as primeiras semanas de Primavera costumam ser vertiginosas em matéria de novidades e basta dar uma vista de olhos à nossa volta para verificar a azáfama de flores em corrida contra o tempo.
Mas como nem só de papoilas e pampilhos se faz uma Primavera, voltamos a uma das nossas espécies preferidas que por esta altura se encontra em floração e que, além de fama de medicinal, tem um inquívoco potencial ornamental. Dizemos espécie mas podíamos referir todo o género Asphodelus, que em Portugal, e de acordo com o portal Flora-On, regista 7 espécies autóctones, conhecidas genericamente como abróteas.
Quem for versado em Latim ou Grego facilmente conseguirá descortinar a etimologia, mas como não é o nosso caso, basta ter um nome de peixe, marcado a ferros na memória de todos os que já frequentaram cantinas, para não motivar boas sensações. Para nós, e para os insectos polinizadores que se empanturram do seu néctar, devia chamar-se antes e apenas Boa-escolha. Claro que se pode baptizar com outros nomes, mais comerciais ou mais esotéricos, mas isso faz parte da reserva de liberdade de cada um.
Há cerca de dois anos publicámos AQUI um pequeno texto em que partilhámos algumas informações adicionais sobre a planta. Entre as quais o uso medicinal das suas raízes tuberosas cujo suco é indicado para o tratamento de impingens e ulcerações das mucosas. Lido algures como o que a seguir transcrevemos: as folhas pisadas e fervidas em água aliviam cãibras e ciáticas e bebidas com vinho são um antídoto poderoso contra a mordedura de serpentes e lacraus. Afirmações que carecem de comprovação científica pelo que não se aconselha ninguém a procurar uma mordedura de lacrau para confirmar o poder desta planta!
De qualquer das formas e à semelhança do que sugerimos para a Scila Portuguesa nao se aconselha tentar retirar esta espécie dos seus espaços silvestres para a transplantar para o Jardim. As suas raízes são de tal forma ramificadas e profundas que dificilmente a planta sobreviverá! O melhor método é pois e uma vez mais a nossa solução preferida: germinar as suas sementes!
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