quarta-feira, 13 de maio de 2015

Jardim Botânico de Bruxelas


Como alguém nos dizia há algum tempo, as razões que estiveram na origem dos Jardins Botânicos Europeus fazem deles hoje potenciais feiras de "aberrações" do reino vegetal, tal qual os jardins zoológicos no que toca ao reino animal. Com efeito, a sua grande motivação, incluíndo-se aqui os nossos jardins botânicos de Lisboa, era a de reunir num espaço circunscrito uma colecção significativa de plantas e árvores de outras latitudes com um especial enfoque naquelas que tinham origem nos territórios ultramarinos dos respectivos países.

Posteriormente e á medida que se desenrolou o século XX, o seu papel científico no conhecimento e estudo da flora, a par da sua missão formativa, aprofundaram-se e o seu raio de acção alargou-se a toda a flora ultrapassando em muito a exclusivamente exótica. Razão pela qual hoje, por exemplo, os principais jardins botânicos europeus mantêm nas suas colecções espaços inteiramente dedicados á flora nativa europeia. 

Mas um jardim botânico não é só isso. É também lugar para com  persistência criar espaços de harmonia e exigência estética. O Jardim Botânico de Bruxelas (aliás Meise, a alguns quilómetros a Norte) é um desses lugares, Apesar de alguns detractores não o apreciarem particularmente, sobretudo pela sua ambição, pouco conseguida em algumas coleções ( 18.000 espécies numa área de 92 hectares), o facto é que não é uma perda de tempo visitá-lo. Pelo contrario.

A nossa visita tinha como principal objectivo o seu "jardin des plantes" dedicado á flora nativa da Europa. Muitas das nossas espécies autóctones estão lá representadas e lado-a-lado com parentes próximos de outros países europeus. Mas ha outros espaços que valem a pena visitar, como as estufas ou a "orangerie".

Como bónus e noutra zona do parque, tivemos a sorte de poder observar ainda a colecção de Paeonias no seu máximo de floração. Não somos conhecedores da real importância ou representatividade desta colecção, que julgamos conter uma parte significativa de cultivares pacientemente apurados por gerações de bons jardineiros. Mas é impossível ficar indiferente á dimensão formas e cores alcançadas. A nossa Paeonia broteroi, Rosa-albardeira, que agora se encontra em floração nos maciços calcáreos de Portugal,  e que é sem duvida uma das maires e mais bonitas flores da nossa flora espontânea é, se comparada com as que abaixo mostramos, verdadeiramente humilde!



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