domingo, 17 de agosto de 2014

Bagas de Verão II

Amoras e Camarinhas!

É certo que existem outras bagas de Verão de que poderíamos falar, mas este ano ficamos-nos por mais estas duas. Não que sejam espécies em que depositemos grandes expectativas comerciais! São todavia e provavelmente as bagas mais reconhecidas e apreciadas neste mês de Agosto.

As amoras, que são a parte boa das silvas!, têm méritos reconhecidos. Há quem as coma directamente ao passar por elas e há quem faça geleias e compotas. Hoje em dia já fazem parte de inúmeros produtos que se encontram nos supermercados ostentando a designação de frutos silvestres ou vermelhos a par dos mirtilos e framboesas. E, tanto quanto sabemos, existem arbustos que produzem bagas similares. Mas as genuinas e originais são as produzidas pelas espécies Rubus, familia das Rosaceae. 

E uma consulta ao portal flora-on permite-nos constatar que nem as silvas são todas iguais. Em Portugal está inventariada a ocorrência de 16 espécies diferentes, sendo que a que possui a distribuição mais generalizada é a da espécie Rubus ulmifolius.

Quanto às camarinhas, um arbusto frequente nas dunas e arribas e que pertence à família das Ericaceae, quem já passou férias na costa ocidental de Portugal já as conhece. E se as provou ficou de certeza fã do seu sabor ligeiramente ácido mas refrescante - sempre a calhar depois de um dia sol e mar no caminho de regresso a casa.

Já houve tempos em que na Nazaré e em outras localidade de veraneio era usual encontrar estas bagas à venda na beira dos passeios. E hoje há já quem se aventure com bons resultados a confeccionar geleia de camarinha.

Mas se há humanos que ainda duvidam das qualidades destas duas bagas, os pássaros mais diversos só agradecem. Nesta altura do ano são uma excelente e abundante fonte de alimento.

Como seria de esperar, dispomos de sementes de ambas. São plantas que num jardim só enriquecem o ecossistema! No caso das silvas não há que duvidar e o Parque da cidade do Porto prova que os "maciços" de silvas lá plantados fornecem alimento e abrigo às mais diversas espécies. Não é pois uma planta incómoda a erradicar de um jardim. Pelo contrario, basta saber tirar partido dela.

Quanto á camarinha, que tem preferência por solos arenosos e que está habituada a Verões secos e com pouca água, só fazemos a ressalva de que as suas sementes, ao contrário das silvas, não são de germinação facilitada. Mas que não é impossível e alguns dos seguidores das sementes de Portugal têm tido na sua germinação um bom desafio na arte de fazer nascer coisas!

Adenda - Como é nosso hábito, depois de escrevermos, tal qual os bons cábulas, verificamos o que quem cá anda há mais tempo já escreveu sobre o assunto. Não vá termos escrito algum disparate! E todos eles são mais aprofundados que as linhas acima. Como tal e se estiverem curiosos em saber mais sobre estas duas espécies, é só seguir os links abaixo.

Sobre as amoras silvestres:


Sobre as camarinhas:

Dias Com árvores - A ler, para descobrir que a camarinha é uma espécie dióica!

2 comentários:

  1. Agradeço mais uma vez a referência.
    Cumprimentos.

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  2. Já agora, um comentário sobre as camarinhas.
    Durante muito tempo questionei-me porque é ao lado de camarneiras plenas de frutos, existiam outras sem qualquer fruto. Há poucos anos descobri a resposta - à semelhança do azevinho ou do quivi, existem plantas femininas e plantas masculinas, sendo que as masculinas evidentemente não produzem fruto.
    Para mim também curiosa é a diversidade existente entre as camarneiras, no que aos frutos respeita, facto pouco comum entre os frutos silvestres - lado a lado existem plantas com frutos doces e outras com frutos ácidos; umas com frutos miúdos e outras com frutos graúdos, umas com frutos verdes e outras com maduros; ...
    Mais cumprimentos.

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